Agricultura Biológica: o que é e quais seus benefícios

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Foto Daria Shevtsova

Agricultura Biológica pode ser definida como um sistema de produção que promove e melhora a saúde do ecossistema agrícola

Agricultura Biológica privilegia o uso de boas práticas de gestão da exploração agrícola, em lugar do recurso a fatores de produção externos, tendo em conta que os sistemas de produção devem ser adaptados às condições regionais. Isto é conseguido, sempre que possível, através do uso de métodos culturais, biológicos e mecânicos em detrimento da utilização de materiais sintéticos”, de acordo com Organização dos Alimentos e Agricultura das Nações Unidas.

História do conceito de Agricultura Biológica

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o termo Agricultura Biológica surgiu por volta de 1920, quando apareceram movimentos e manifestações contrários à adubação química e a favor da prática de culturas baseadas nos processos biológicos naturais. Inicialmente, os movimentos foram divididos em quatro grandes vertentes: a Agricultura Biológica, Biodinâmica, Natural e Orgânica. Em meados de 1970, essas vertentes foram agrupadas e nomeadas como agricultura alternativa, o que nos dias atuais é conhecido por Agricultura Orgânica.

Objetivos da Agricultura Biológica

Os sistemas de Agricultura Biológica buscam otimizar a saúde e o bem-estar dos animais, culturas agrícolas e seres humanos e manter e melhorar o meio ambiente dentro e ao redor da exploração. Para isso, essa prática de cultivo não utiliza fertilizantes, pesticidas e inseticidas sintéticos e aplica técnicas de produção que aumentam a fertilidade natural do solo e reduzem a incidência de pragas, doenças e infestantes nas plantações.

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Objetivo é fomentar a biodiversidade, os ciclos biológicos e a atividade biológica do solo. Foto Vo Thuy Tien

Agricultura Convencional e Agricultura Biológica

A principal diferença entre o cultivo biológico e o cultivo convencional encontra-se na utilização de fertilizantes, agrotóxicos e pesticidas para a otimização do processo de produção agrícola. Além do uso de agrotóxicos, uma diferença entre os dois tipos de cultivo é a prática das monoculturas, em que o agricultor faz o plantio de uma única espécie – o que prejudica a recuperação e manutenção do solo. A agricultura convencional, por se valer de mecanismos e tecnologias artificiais para a proteção da lavoura, é considerada muito agressiva tanto ao meio ambiente quanto à saúde humana.

Dentre os principais riscos ao meio ambiente, causados pelo uso indiscriminado de agrotóxicos e fertilizantes, estão: degradação do solo, contaminação do solo e corpos hídricos no entorno das plantações, contaminação de reservas subterrâneas de água, os chamados lençóis freáticos, desmatamento; e em se tratando do uso indiscriminado dos fertilizantes nitrogenados, o impacto do óxido nitroso sobre o desequilíbrio do efeito estufa (uma das contribuições relativamente mais contundentes no processo de mudanças climáticas), dentre outros riscos ao meio ambiente.

Em relação à saúde humana, estudos comprovam danos associados à ingestão de alimentos contaminados por quantidade excessiva de agrotóxicos, o que pode causar disfunções hormonais, contaminação de leite materno, má formação do feto e dificuldades no desenvolvimento das capacidades cognitivas, além de serem substâncias possivelmente carcinogênicas.

Uma solução encontrada para essa problemática foi a agricultura orgânica, que, como citado anteriormente, não utiliza agrotóxicos e pesticidas no seu cultivo, se ajusta às características do local e utiliza tecnologias naturais para a manutenção do plantio.

Características da Agricultura Biológica

A Agricultura Biológica apresenta diversas características importantes, como:

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Foto Zen Chung

Valor nutritivo

Os alimentos produzidos nesse tipo de atividade costumam ser mais ricos em vitaminas, sais minerais, proteínas e glúcidos, proporcionando uma alimentação completa e saudável.

Saúde

Como dito anteriormente, a Agricultura Biológica não utiliza fertilizantes e pesticidas sintéticos, reduzindo a probabilidade de contração de danos à saúde, como câncer.

Comunidades rurais

Essa prática estimula a população rural e restitui aos produtores a verdadeira dignidade e respeito que lhes são merecidos.

Sabor

Nos solos fertilizados natural e organicamente, as culturas crescem saudáveis e desenvolvem seus verdadeiros sabor, aroma, textura e cor.

Harmonia

Respeita-se o equilíbrio da natureza e contribui-se para a manutenção de um ecossistema saudável. Dessa maneira, preservam-se os espaços rurais de forma a satisfazer as necessidades das gerações futuras.

Água pura

A prática dessa agricultura é uma garantia permanente da manutenção da qualidade futura das águas, já que ela não utiliza produtos químicos.

Educação

A Agricultura Biológica é uma escola de Educação Ambiental e Social, introduzindo um modelo de desenvolvimento sustentável.

Certificação

Os produtores de Agricultura Biológica são controlados e certificados por organismos de certificação que seguem regras internacionais reconhecidas, garantindo a qualidade e precedência de todos os produtos assinalados e certificados como biológicos.

Emprego

Os produtores dessa prática de cultivo criam empregos de forma digna e permanente, especialmente em zonas que abrigam populações desfavorecidas.

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Foto This Is Engineering

Biodiversidade

A perda da biodiversidade é um dos principais problemas ambientais da atualidade. A Agricultura Biológica recusa Organismos Geneticamente Modificados que põem em perigo as variedades de grande valor histórico e cultural.

A Agricultura Biológica é alvo de legislação específica na Europa, o Regimento n.º 834/2007 de 28 de junho de 2007, que diz respeito à produção biológica e à rotulagem dos produtos biológicos, estabelecendo normas detalhadas cujo cumprimento é controlado e certificado por organismos acreditados para o efeito. Os produtos de Agricultura Biológica são reconhecidos pelo logotipo europeu de Agricultura Biológica.

As áreas de Agricultura Biológica estão crescendo anualmente no mundo todo. De 1999 a 2013, elas passaram de 11 para 43,1 milhões de hectares. Assim, a Agricultura Biológica mostra-se uma alternativa pertinente à Agricultura Convencional.

Por eCycle