Influenciadora e drag queen Rita von Hunty recebe críticas por não defender voto em Lula no 1º turno
A influenciadora e drag queen Rita von Hunty, personagem do professor, ator e youtuber Guilherme Terreri Lima Pereira, foi criticada nas redes sociais, nesta segunda-feira, 9, por não defender o voto em Lula no primeiro turno das eleições presidenciais.
Rita, que tem cerca de 950 mil seguidores em seu perfil no Instagram, publicou, no domingo, um texto criticando o discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no lançamento de sua pré-candidatura. Von Hunty defendeu que as pessoas tenham um “voto radical no primeiro turno”.
O posicionamento chegou aos assuntos mais comentados do Twitter e foi aquela enxurrada de críticas. Após a confusão muita gente passou a defendê-la, mas sem o mesmo engajamento. Na segunda, seu nome ficou entre os assuntos mais comentados no Twitter. Ela chegou a ser criticada pelo ex-deputado petista Jean Wyllys e aprovada pelo deputado federal David Miranda (PDT-RJ).
Durante seu discurso no lançamento de sua pré-candidatura, no sábado, em São Paulo, Lula defendeu a soberania nacional, criticou Bolsonaro e as privatizações, falou em unir os democratas e negou sentimento de vingança por causa da Lava Jato que o condenou e fez passar 580 dias preso entre 2018 e 2019.
Porém, sem assumir compromissos com a estatização, revogação de medidas que achacam o trabalhador, como a reforma trabalhista, e coisas mais radicais para fazer o país voltar a crescer, fez seu discurso não agradar a Rita von Hunty.
A influenciadora e drag queen da esquerda, que tem mais de um milhão de inscritos em seu canal no YouTube, onde publica vídeos sobre temas sociais e política, fez uma sequência de stories publicada no domingo, em seu Instagram dizendo ter ficado “profundamente triste com como o cenário vai se construindo para a política institucional no Brasil” e criticou o discurso de Lula.
Para Rita, Lula deveria ter se comprometido com pautas econômicas e sociais com maior apelo como a revogação das reformas aprovadas no governo do ex-presidente Michel Temer.
“Mesmo havendo pouquíssima expectativa, esperava ao menos a dignidade de Lula assumir compromisso com uma agenda que revogasse (no mínimo) as reformas neoliberais de seis anos de Temer-Bolsonaro. Nem isso tivemos”, escreveu, ao citar também o atual chefe do Planalto.
Para Rita von Hunty, o “cenário político do é o que tem para hoje não pode se normalizar” e vai exigir, para as eleições deste ano, “muita postura crítica e muita capacidade de organização”.
Na publicação, ela também disse acreditar em “voto radical no primeiro turno” para “mostrar nossa recusa e insatisfação a esta chapa”, se referindo a Lula e ao ex-governador de São Paulo e ex-PDSB, Geraldo Alckmin (PSB).
A influenciadora falou sobre o PCB e a UP, que lançaram Sofia Manzano e Leonardo Péricles, respectivamente, como pré-candidatos à Presidência, e pediu que seus seguidores os acompanhassem. Às duas siglas, ela também colocou seu perfil à disposição.
No Twitter, Rita foi criticada por considerarem seu posicionamento como ‘utópico’ e defenderam que o caminho é de frente ampla contra o presidente Jair Bolsonaro, para impedir que ele seja reeleito.
O ex-deputado Jean Wyllys criticou Rita, sem citá-la nominalmente, e disse que as declarações não passam de “irresponsabilidade e apoio indireto a Bolsonaro, já que só Lula pode derrota-lo”.
“Com o risco real de um golpe por parte do fascista Bolsonaro e dos militares de seu governo, fazer declarações públicas que desestimulem o voto em Lula já no primeiro turno não passa de irresponsabilidade e apoio indireto a Bolsonaro, já que só Lula pode derrota-lo”, disse o deputado Jean Wyllys.
O deputado federal David Miranda (PDT-RJ), por outro lado, concordou com a postura da influenciadora. Ele classificou o posicionamento de Rita como “perfeitamente democrático”.
“O posicionamento da Rita Von Hunty é perfeitamente democrático, a gente só é obrigado a escolher entre duas candidaturas no segundo turno. O primeiro deve ser feito com base em programa e discussão política. Isso é democracia”, disse David Miranda.
Por Catraca Livre