Como as startups foram do céu ao inferno em tão pouco tempo

Mais de 228 startups que alcançaram o status de unicórnio experimentaram uma queda significativa em seu valor de mercado

O ano de 2013 ficou marcado por muitos acontecimentos. Na política, tivemos a reeleição de Barack Obama nos Estados Unidos e testemunhamos o falecimento de Nelson Mandela na África do Sul. No âmbito tecnológico e gamer, o lançamento do tão aguardado Playstation 4. No mundo das startups, ouvimos pela primeira vez o termo “unicórnio”.

Esse ser mitológico, que em muitos casos virou símbolo de força e pureza, passou a ser usado para descrever as startups que atingiam valor de mercado de pelo menos US$ 1 bilhão. A responsável por cunhar o termo: a estadunidense Aileen Lee – para uma explicação mais aprofundada de Lee, bem como sobre o modelo de negócio das startups, é só clicar aqui.

Quando o termo foi “oficializado” (novembro de 2013), somente 39 startups pertenciam ao seleto grupo de unicórnios. Esse número aumentou significativamente em 2021 (guarde este ano). Foi nesse momento, segundo a CB Insights, que “o ritmo já era, estatisticamente, de mais de 1 startup bilionária surgindo a cada 24 horas”.

🔶 No Brasil, o primeiro unicórnio “surgiu” em 2018, quando a 99 recebeu um novo aporte de US$ 300 milhões de sua hoje controladora, a chinesa DiDi Chuxing.

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Foto Andrea Piacquadio

Em 2022, entretanto, o que vinha sendo visto como um conto de fadas para muitos empreendedores e investidores bateu de frente com a realidade. Taxas de juros subindo e preocupações cada vez maiores com uma possível recessão global “forçaram a adoção de um racional de contratação e investimentos cada vez mais austero”.

Fora isso, muitas dessas startups que cresceram de forma muito rápida, infelizmente falharam ao não estabelecer uma base sólida rentável ao longo dessa jornada. E isso também é consequência da pressão exercida por muitos investidores pela busca por resultados rápidos, prejudicando o processo natural de maturidade financeira da empresa.

O resultado disso? Cortes drásticos em gastos – que incluem as crescentes ondas de demissões em massa –, empresas perdendo bilhões de dólares em valor de mercado e, em casos extremos, startups fechando suas portas ou sendo adquiridas por valores muito abaixo do que chegaram a valer um dia.

Ah, e você lembra daquele ritmo acelerado de aparições de unicórnios em 2021? Bem, o relatório “The Global Unicorn Index 2022”, do Hurun Research Institute, apontou mais de 228 startups que alcançaram esse tão almejado status e experimentaram uma queda significativa em seu valor de mercado. E dessas, 81 deixaram inclusive de ser unicórnios.

Observado tudo isso, fica uma pergunta que passou a circular muito nos últimos anos, especialmente quando falamos sobre o universo dos criptoativos. “Serão esses os sinais de uma bolha prestes a estourar após atingir o seu pico de crescimento?”, do mesmo jeito que o ocorrido com a bolha do “pontcom” (dotcom) no final dos anos 1990?

Por G4 News