O que os anunciantes podem fazer diante do aumento do custo de vida dos consumidores

women shopping in a clothing store
Foto Sam Lion

Em tempos de crise econômica e poder de compra reduzido os anunciantes devem traçar estratégias para atrair o interesse do consumidor

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Guerra na Ucrânia, sanções econômicas, tensões geopolíticas, problemas na cadeia global de suprimentos e os efeitos da pandemia; muitos são os fatores que contribuem para um cenário econômico desfavorável nos próximos meses. Em seu último relatório, o Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu ainda mais a sua previsão de crescimento mundial para este ano, que agora está em 2,8%, número muito mais baixo que a previsão de 2022, que inicialmente era de 6.1%. Soma-se a isso o aumento na taxa de desemprego, que atingirá este ano 208 milhões de pessoas, ou seja, 5,8 % da população economicamente ativa, e, ainda, alta nos juros e na inflação. Com todas essas incertezas, seria impossível para o consumidor não começar a pisar no freio.

Dados de uma pesquisa realizada pela Toluna apontaram que o índice de confiança do consumidor brasileiro segue abaixo dos níveis pré-pandêmicos e que 53% dos brasileiros afirmam não estarem confiantes para gastar nos próximos meses. Tudo isso afeta a cadeia de consumo do país e exige das marcas estratégias eficazes para gerar interesse em seu público e se destacar no meio de um mercado mais competitivo. Então, quais são algumas das principais considerações para os anunciantes à medida que o custo de vida aumenta?

Tome uma ação significativa

Para algumas marcas, o caminho de incorporar mensagens de custo de vida em suas campanhas é mais fácil. Por exemplo, marcas de alimentos e bebidas, supermercados e empresas financeiras podem oferecer promoções para dar aos consumidores ofertas mais baratas ou recompensar a fidelidade do cliente com vouchers. As marcas também podem focar mais nas necessidades do que em itens sofisticados ou de luxo. Mostrar sensibilidade e empatia durante a crise do custo de vida provavelmente gerará conexões significativas com os consumidores e promoverá maior lealdade.
Comunique-se com responsabilidade

Embora adotar valores claros durante a crise econômica global seja uma boa maneira das marcas mostrarem que se importam, elas devem garantir que estão comunicando esse propósito de maneira ética. Se as marcas afirmam estar doando para instituições de caridade, por exemplo, ou estão anunciando uma promoção específica para economizar dinheiro, cumprir esses compromissos e garantir que todas as mensagens relacionadas sejam completamente transparentes é absolutamente essencial.

As marcas que não cumprem suas reivindicações geralmente pagam um alto preço de reputação. Além da honestidade, as campanhas devem ser cuidadosamente elaboradas para garantir que a mensagem não seja forçada. Anúncios que enfatizam ofertas por tempo limitado podem criar um sentimento de urgência e levar a gastos excessivos, enquanto “compre agora, pague depois” são iniciativas que parecem oferecer mais flexibilidade na superfície, mas na verdade podem levar a dívidas de longo prazo.

Publicidade nativa e segmentação contextual

Juntamente com as mensagens, as marcas devem considerar os tipos de posicionamento de anúncio que estão usando. Optar por formatos de anúncio que complementam, em vez de atrapalhar, a experiência do consumidor, incorporando a mensagem da marca de maneira autêntica, pode ajudar as marcas a manter suas campanhas responsáveis. A publicidade nativa, por exemplo, não é intrusiva e se adapta perfeitamente ao ambiente em que está inserida. Ela também usa uma abordagem de venda mais sutil, evitando o conteúdo excessivamente urgente que pode levar a compras por impulso.

Juntamente com a segmentação contextual, a publicidade nativa oferece conteúdo relevante aos consumidores com base em seus interesses. Com a incorporação de fortes sistemas de medição habilitados para IA, o anunciante consegue otimizar continuamente as campanhas, levando em consideração o comportamento do consumidor para garantir que os anúncios certos alcancem o público correto. Portanto, isso não apenas cria uma melhor experiência do usuário para eles, mas também permite que os anunciantes adaptem melhor as mensagens aos consumidores para melhorar os resultados da campanha. Isso significa que, durante a atual situação financeira, os anunciantes podem direcionar – aos consumidores – produtos com base em suas necessidades, em vez de produtos não essenciais que talvez eles não possam pagar. Levar essas questões em consideração pode ajudar as marcas a se comunicarem com o público de maneira responsável, sem adotar uma abordagem agressiva nas vendas.

Por Fernanda Acacio – CEO MGID Brasil