Hábitos saudáveis na infância fazem toda a diferença

dad and son having fun playing with kite in the grass field
Foto PNW Production

É preciso fazer todos os esforços para que as crianças façam atividade física regularmente e tenham uma alimentação saudável

“André, estou muito preocupada com o João. Ele continua com uma alimentação muito ruim e não faz atividade física. Já conversamos tanto, mas não consigo mudar seu estilo de vida. Preciso que você converse com ele novamente.” Foram essas as palavras de Mariane, mãe de João, de 7 anos de idade.

Mariane é uma amiga da academia, tem um estilo de vida ativo e saudável. Entretanto, seu filho não anda na mesma direção. Sabendo que isso pode trazer graves sequelas para a saúde do filho, ela me pediu ajuda.

Uma conversa importante.

João é um menino inteligente e fomos conversar. Eu precisava encontrar uma forma de mostrar a ele que era preciso melhorar seu estilo de vida. Porém, isso tinha de ser feito de uma forma leve, sem haver um confronto. Crianças precisam ter autonomia e o excesso de pressão e cobranças imposto pelos adultos não é saudável. Por si só, a vida já gera muita pressão. Precisamos, então, acelerar, mas sempre com o outro pé no freio.

O pequeno me disse que gostaria de ser engenheiro quando “ficasse grande’’ — palavras dele — e que gostaria de trabalhar com construção de casas. Falei que para isso ele precisaria estar bem, saudável e, sua mente, atenta aos detalhes. João concordou comigo e, assim, uma oportunidade apareceu.

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Foto Kampus Production

As consequências dos maus hábitos na infância

Expliquei para o menino que para uma “pessoa grande” estar bem, ela precisa fazer boas escolhas quando pequena e que alimentação saudável e atividade física são necessárias. João me disse que não gosta muito de frutas, legumes e verduras, mas que adora biscoitos e doces. Em relação à atividade física, me contou que gosta de correr e jogar futebol, mas, como se cansa muito, prefere ficar deitado.

Percebi que havia uma semente saudável em João e que ela precisaria ser regada. Com uma mãe tão saudável, não haveria como não ter essa semente. Crianças, filhas de pais com um estilo de vida saudável, tendem a ser assim.
Procurei, de uma forma lúdica e leve, explicar para ele que muitas doenças que surgem na idade adulta (diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e outras) começam quando somos pequenos. É como se os últimos tijolos de uma pilastra dependessem de como são os primeiros tijolos. Fui tentando encontrar formas que pudessem mostrar para João que ele precisava cuidar melhor de sua saúde.

A conversa foi produtiva, ele entendeu as coisas e me prometeu mudar. Semanas depois, Mariane me encontrou na academia e disse que João havia mudado e que sua alimentação estava bem melhor e ele passou a ser mais ativo.
Crianças ativas: adultos saudáveis

Triste e preocupantemente, o estilo de vida de crianças e adolescentes tem sido caracterizado pela inatividade física e hábitos alimentares inadequados. Milhões de crianças e adolescentes estão hipertensos, diabéticos, com colesterol elevado e obesos e, por isso, a saúde adulta está em risco. 
A literatura científica é clara: a saúde e o bem-estar dos adultos são altamente dependentes do estilo de vida na infância. Quando fatores de risco cardiovascular surgem nas primeiras décadas da vida tendem a trazer sérios riscos. Uma criança obesa, por exemplo, tem maior probabilidade de ser um adulto obeso e com uma obesidade mais agressiva ao organismo.

Sendo assim, devem ser realizados todos os esforços para que as crianças façam as aulas de educação física na escola, brinquem, corram, façam atividade física regularmente e tenham uma alimentação saudável.

Por André Messias – Revista Seleções