Qualidades para encarar esta briga o carro mostra que tem
Aqui, cabe um rápido parênteses: esta expressão, convenhamos, é um tanto estranha, já que um utilitário esportivo se imagina justamente um carro de maior aspecto, e não compacto. Mas fato é que a FIAT jamais tinha investido na produção de um SUV aqui no Brasil.
A Freemont, por exemplo, era importada e também não chegou a ter um volume significativo de vendas. Agora, com o Pulse, a história é outra.
Como este é um projeto novo, muita gente buscou comparar o carro com outros modelos, como o Argo. As estamparias de portas e para-brisa são mesmo compartilhadas com o irmão menor da FIAT, mas olhando de fora você percebe que se trata, sim, de uma proposta diferente.
Ele atende justamente este segmento que caiu no gosto do público brasileiro que gosta de hatches, mas também curte um carro mais alto e robusto. Daí a famosa expressão “SUV compacto”.
Apesar de não ter tração 4×4, o Pulse encara estradas de terra sem problemas. Ele também tem uma altura e ângulo de entrada interessantes. Vamos aos números: 4,09m de comprimento, 1,77m de largura, 1,55m de altura, 2,53m de entre-eixos
Na frente do carro chama a atenção a grade frontal, com a identidade visual da FIAT, incluindo o detalhe bacana da bandeira da Itália estilizada.
Potência de 130 cavalos e modo esportivo no volante
Mas é embaixo do capô onde o grande diferencial do Pulse se esconde: o motor 1.0 turboflex de 3 cilindros. Antes que você torça o nariz para o 1.0, saiba que ele rende 130 cavalos e 20,4 kgfm de toque, um bom número para um SUV compacto. O câmbio automático CVT de 7 marchas.
Graças ao turbo, o torque também chama atenção, maior do que o motor 1.8 antigo da FIAT, por exemplo.
Com bom conjunto de motor e câmbio, o Pulse tem boas retomadas e garante boas ultrapassagens na cidade e na estrada. Um detalhe bacana é que, se você quer mais performance, dá para acionar o modo Sport direto do volante, um diferencial bem bacana e que deixa este modo mais esportivo com fácil acesso.
Com relação ao consumo, os números são positivos: 8,5 km/l no etanol e 12 na gasolina em trechos urbanos, enquanto que na rodovia a média é de 10,2 km/l no etanol e 14,6 km/l na gasolina.
Pacote avançado de tecnologia
Na parte de tecnologia, o Pulse também se destaca. Ele traz de série: controles eletrônicos de estabilidade e de tração; assistente de partida em rampa; sistema de monitoramento de pressão dos pneus; piloto automático; limitador de velocidade; sensor de estacionamento traseiro e central multimídia com conectividade.
Esta tela tem 10 polegadas nas versões Audace e Impetus. Elas também possuem o pacote ADAS de tecnologias de auxílio ao motorista, como frenagem autônoma de emergência, alerta de saída de faixa e comutação automática do farol alto.
O espaço traseiro é razoável, mas o quinto passageiro já não viaja com tanto conforto sentado no meio. Outro ponto importante de destacar é o porta-malas. Com 370 litros, ele perde em espaço para alguns rivais, mas caso você precise transportar muita bagagem há opção dos bancos traseiros rebatidos, com 1.238 litros. As rodas são de 17 polegadas.
Agora vamos falar do preço. A opção de entrada custa R$ 87.990, mas tem o motor 1.3 menos potente. A versão Audace, que avaliamos, com motor 1.0, central multimídia de 10 polegadas e todo pacote de tecnologia, apresenta um melhor custo-benefício e sai por R$ 112.490.
Esta faixa de preço e categoria dos SUVs compactos é bastante concorrida e com nomes já estabelecidos no mercado, como Chevrolet Tracker, Nissan Kicks, Volkswagen Nivus e Citroën Cactus.
Agora é só questão de tempo para ver se a FIAT consegue fazer do Pulse mais um líder de vendas – e sua relação custo-benefício pode jogar muito bem a favor disso.
Por Rodrigo França – iCarros