Governo de Mato Grosso do Sul atende 80 mil indígenas de oito etnias

Governador Reinaldo Azambuja contemplou indígenas com maquinários agrícolas Foto Chico Ribeiro

No Dia do Índio, destacamos as principais ações estaduais

Terra de oito povos indígenas, Mato Grosso do Sul possui hoje a terceira maior população de índios do Brasil, ficando atrás somente de Roraima e Amazonas (IBGE). Por aqui, mais de 80 mil indígenas vivem em 30 dos 79 municípios. Das etnias Atikum, Guarani, Guató, Kadiwéu, Kaiowá, Kinikinau, Ofaié e Terena, eles mantêm suas tradições e culturas ocupando cada vez espaço na sociedade com apoio do Governo do Estado, que desenvolve ações em prol das comunidades através da Subsecretaria de Políticas Públicas para a População Indígena (SPPI).

Neste Dia do Índio, celebrado anualmente em 19 de abril desde 1943, o subsecretário da SPPI, Fernando Souza, destaca as principais ações estaduais voltadas aos povos originários do País que tem em Mato Grosso do Sul suas moradas. Da educação à segurança pública, os indígenas sul-mato-grossenses contam com apoio integral do Estado.

“O Governo de Mato Grosso do Sul tem um olhar especial para a população indígena. Tem atendido e efetuado as diversas políticas públicas que todos os cidadãos têm direito. E isso tem acontecido dentro dos territórios indígenas, valorizando e proporcionando melhores condições de vida em todos os aspectos: de formação, habitação, produção, segurança pública e esporte e lazer, nas diversas áreas. Temos diálogo com todas as lideranças de todas etnias, com a preocupação de buscar união de todos os povos”, salienta Fernando Souza. 

Indígenas recebem sementes e insumos para produzirem nas aldeias.
Foto Neia Masceno

O governador Reinaldo Azambuja também celebrou a data: “é com muita alegria que se comemora o Dia do Índio, e aqui no Mato Grosso do Sul temos uma parceria construída com a comunidade indígena. Temos por exemplo o programa Proacin (Programa de Apoio às Comunidades Indígenas de Mato Grosso do Sul), em que fazemos o repasse de sementes, insumos, recuperação e distribuição de máquinas agrícolas, e também de programas na Educação e na Assistência Social, como o Vale Universidade Indígena e a distribuição de cestas alimentares. Neste dia, temos que agradecer às comunidades indígenas que contribuíram muito para o crescimento do Estado. Nossa parceria vai continuar”.

Programas de atendimento

São vários os programas executados pelo Governo do Estado para os povos indígenas. Na área da segurança pública, por exemplo, o projeto de polícia comunitária foi implementado em três aldeias em 2019 após estudos sobre violência. “Fizemos mapeamento das regiões onde o índice de criminalidade dentro do território indígena estava em situação mais preocupante. Nesse sentido, o Governo, pela primeira vez no Estado, implantou a modalidade de polícia comunitária dentro dos territórios das aldeias Jaguapiru e Bororó (Dourados) e Tey Kue (Caarapó)”, conta Fernando.

Segurança comunitária nas aldeias é feita com apoio do Estado. Foto Sejusp

Conselhos de segurança foram criados, policiais escalados para o trabalho nas comunidades e viaturas repassadas para o serviço do dia a dia. “É uma polícia cidadã, onde há uma interação grande e boa dos agentes com a comunidade. Eles permanecem tempo integral no território dialogando com os moradores, escutando e orientando. Nós observamos que esse modelo tem dado certo, pois tivemos bons resultados com redução da criminalidade dentro dos territórios. E nossa intenção é implementar em mais aldeias”, afirma.

Na área da Educação, grandes avanços também são observados. “Saímos de um patamar bastante baixo em relação à estrutura e número de alunos atendidos pelo Estado. E avançamos quase 100% nos últimos sete anos. Atualmente temos 18 escolas construídas dentro de territórios indígenas. São mais de 4 mil alunos atendidos pelo Estado dentro das áreas indígenas. Outro diferencial: além de atender toda essa demanda de alunos, quase todos os profissionais, em torno de 95%, são formados pela mão de obra indígena, por professores indígenas”, destaca.

Além de garantir a formação básica de crianças indígenas, o Governo do Estado também tem propiciado a formação acadêmica dos jovens com o programa “Vale Universidade Indígena”, que paga uma bolsa mensal para manter o aluno na instituição de ensino, seja pública ou privada. “São mais de mil acadêmicos hoje nas universidades. É um grande número, significativo. Dentro do Governo existe essa política de apoio de permanência aos acadêmicos indígenas para que eles consigam se sustentar e se manter dentro das universidades, concluir seus cursos e se tornar profissionais”, fala Fernando.

Jovens indígenas de todo o Estado podem fazer faculdade com apoio do programa Vale Universidade Indígena. Foto GovMS

O Estado também apoia a agricultura familiar sustentável nas aldeias com o Proacin, idealizado em 2015. Por meio do programa, o poder público compra sementes de milho e de feijão e repassa às comunidades. Além disso, oferece assistência técnica, e conserto de tratores e compra de óleo diesel para operacionalização das máquinas. Atualmente, são 75 aldeias apoiadas em 25 municípios, fomentando a geração de renda e produção de alimento nas comunidades. 

Outro programa alimentar do Governo do Estado para os indígenas que vivem em Mato Grosso do Sul é a distribuição mensal de 19.899 cestas alimentares, com mais de 25 quilos cada, em 83 aldeias de 27 municípios. A ação garante segurança alimentar à população indígena, já que mais de 90% dos índios são atendidos. Cada cesta alimentar é composta por 21 itens, como por exemplo, arroz, feijão e carne, chegando em 27 municípios e 83 aldeias em MS.

Na área da saúde, o Estado já executou o programa Caravana da Saúde nas aldeias, que foi considerado a maior ação de saúde da história das comunidades tradicionais. E no setor de esporte e lazer, o Governo prepara um programa para incentivar a prática desportiva dentro dos territórios indígenas. “A intenção é atender pelo menos 90 aldeias de Mato Grosso do Sul, onde nós contaremos com contratação de um profissional de educação física e junto dele um agente de esporte e cultura para que esses profissionais possam organizar dentro do território atividades esportivas, práticas de lazer e culturais para população indígena, envolvendo crianças, jovens, mulheres e idosos dentro desta ação. É um programa que vai movimentar as aldeias. É uma ação extremamente importante, pois o esporte estará presente em 100% dos territórios indígenas”, adianta o subsecretário Fernando.

Por Bruno Chaves/SUBCOM – GovMS