Desmatamento na Amazônia passa de 1 mil km² em abril

O desmatamento é uma das principais causas das mudanças no regime de chuvas. Foto Divulgação

Alertas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) batem recorde para o período

Os alertas de desmatamento na Amazônia passaram de 1 mil km² em abril e bateram recorde para o período, de acordo com os dados do sistema de alertas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Deter, divulgados nesta sexta-feira (6).

Alertas de desmatamento em abril

2016: 440 km²

2017: 127 km²

2018: 490 km²

2019: 247 km²

2020: 407 km²

2021: 580 km²

2022: 1.012 km²

“Esta é a primeira vez na história do sistema Deter-B, do Inpe, que os alertas mensais de desmatamento ultrapassam 1 mil km² no mês de abril. Isso é grave porque abril ainda é um mês de chuvas na Amazônia — o último do chamado “inverno” amazônico, quando o ritmo das motosserras naturalmente arrefece. Antes do governo Bolsonaro, era raro um dado mensal de alertas ultrapassar 1.000 km2 até mesmo na estação seca”, alerta o Observatório do Clima, rede de organizações e entidades especializada no monitoramento de temas do meio ambiente no Brasil.

Foto Felipe Werneck/Ibama

Os estados com maior área sob alertas de desmatamento foram:

Amazonas – 346.89 km²

Pará – 241.92 km²

Mato Grosso – 286.68 km²

Rondônia – 107.86 km²

Os municípios com maior área sob alerta de desmatamento foram:

  1. Lábrea/AM: 107.05 km²
  2. Altamira/PA: 94.02 km²
  3. Apuí/AM: 86.62 km²
  4. Colniza/MT: 74.58 km²
  5. Novo Progresso/PA: 67.07 km²
  6. Itaituba/PA: 42.02 km²
  7. Porto Velho/RO: 41.55 km²
  8. Manicore/AM: 39.47 km²
  9. Humaitá/AM: 32.53 km²
  10. São Felix do Xingu/PA: 30.71 km²

Temporada de desmatamento mais intensa

Foto Veronica Raner

O Observatório do Clima analisa os dados do Deter/Inpe e aponta que, no acumulado do ano/período, os alertas já chegam a 5.070 km2, 5% a mais do que na temporada passada e segundo maior número da série histórica — perdendo apenas para o recorde de 5.680 km2 batido pelo próprio governo Bolsonaro em 2020.

Desde agosto passado, os alertas vêm batendo recordes: em outubro, janeiro, fevereiro e agora em abril, aponta o Observatório do Clima.

“As causas desse recorde têm nome e sobrenome: Jair Messias Bolsonaro. O ecocida-em-chefe do Brasil triunfou em transformar a Amazônia num território sem lei, e o desmatamento será o que os grileiros quiserem que seja. O próximo presidente terá uma dificuldade extrema de reverter esse quadro, porque o crime nunca esteve tão à vontade na região como agora”, disse Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.

Por g1