Remédio aprovado no Brasil é mais uma esperança na luta contra o câncer

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Estudo mostrou que medicamento fez desaparecer o câncer colorretal em 100% dos pacientes testados

Um medicamento já aprovado pela Anvisa surpreendeu a comunidade científica ao fazer desaparecer o câncer colorretal em 100% dos pacientes testados. O tratamento foi realizado em um pequeno grupo de 12 pacientes com o anticorpo monoclonal dostarlimab e, em todos eles, houve remissão completa da doença. Os resultados positivos se sustentaram por um ano.

“Durante o período médio de acompanhamento de 12 meses, nenhum paciente recebeu quimiorradioterapia ou foi submetido à ressecção cirúrgica”, diz trecho do estudo norte-americano, publicado no periódico New England Journal of Medicine no último domingo, 5.

O dostarlimab é aprovado no Brasil para tratar câncer de endométrio, e não tinha sido testado contra outros tipos de tumores até então.

Pesquisa histórica

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Foto Chokniti Khongchum

Os pacientes participantes do estudo tomaram o medicamento por meio intravenoso a cada três semanas por seis meses. Um ano depois do início do tratamento, os tumores desapareceram de exames como a ressonância magnética, avaliação endoscópica, toque retal ou biópsia.

Cerca de três quartos dos participantes apresentaram efeitos colaterais leves ou moderados, como fadiga, náusea, coceira e alergias. O estudo ainda não foi concluído, e seguirá acompanhando os pacientes para verificar se os tumores não voltarão. Além disso, outras pessoas devem ser incluídas na pesquisa a partir de agora. Outros tipos de câncer também devem ser testados.

Em entrevista ao The New York Times, o oncologista Luiz Diaz Jr., um dos autores do trabalho, afirma que a taxa de sucesso da pesquisa norte-americana não é comum, e talvez seja a primeira vez que algo do gênero é registrado em toda a história de estudos contra o câncer.

Remédio contra o câncer de mama

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Foto Anna Tarazevich

Outros remédios contra o câncer estão chegando ao Brasil. No início do ano a Anvisa aprovou um medicamento para auxiliar no combate ao câncer de mama, um dos tipos de câncer mais letais entre as mulheres brasileiras. Trata-se da combinação entre as substâncias pertuzumabe e trastuzumabe, com dose fixa e aplicação subcutânea – injeção na camada adiposa da pele.

“Além da rapidez, as pacientes se sentiram melhor com essa forma de administração, menos agredidas e invadidas com a aplicação subcutânea do que com a aplicação na veia ou no cateter. Os motivos principais pelos quais elas preferiram o subcutâneo é menos tempo na clínica, mais conforto durante a aplicação, menos estresse emocional e menos dor na hora da injeção”, explica a oncologista Dra. Gisah Guilgen.

De acordo com a Roche, farmacêutica que fabrica o produto, o medicamento servirá para o tratamento de câncer de mama HER2 positivo, tanto inicial quanto metastático.

Por Saúde em Dia