Por que desejamos tanto produtos com a maçã?

No mercado e em todo o setor de tecnologia, Apple é uma referência de produtos premium

A Apple é um sucesso. É uma referência de produtos premium, inovação e, mais importantemente, é uma empresa que protagonizou um fenômeno social: a “grife tecnológica”. Um iPhone é um objeto de desejo meu, seu e de inúmeros consumidores no mundo todo. Mas, por que há tanto entusiasmo em pagar mais caro para termos uma maçã atrás do celular, tablet ou computador?

iPhone 14 e iPhone 14 Plus. Foto Apple

Todos nós já vimos isso: qualquer lançamento de produtos da Apple é acompanhado por uma enxurrada de cobertura da imprensa, com fãs frenéticos da Apple fazendo fila, entre centenas de outros, para colocar as mãos nos produtos mais recentes. Por isso, as vendas da empresa não param, mesmo em meio à crise econômica.

Apple bate recordes enquanto mercado de smartphones não para de cair

De acordo com a Canalys, empresa de análise de mercado, o setor global de smartphones caiu 9% no terceiro trimestre de 2022. Trata-se da terceira queda consecutiva enquanto os consumidores pensam duas vezes antes de gastar o dinheiro que já está curto neste ano.

Ou seja, mesmo com um mercado inteiro em queda, os consumidores fiéis à Apple seguem comprando a maçã. Os resultados financeiros da empresa referentes ao terceiro trimestre de 2022, divulgados no final de julho, mostram recordes em todos os setores da companhia. No total, a receita gerada foi de US$ 83 bilhões, o maior número já registrado no período.

Usuários da Apple são uma legião de promotores

Foto Shutterstock

Como eu disse anteriormente neste artigo, além da inédita fidelização de consumidores, o sucesso da Apple é atribuído também a uma massiva promoção orgânica de sua marca e produtos. Os usuários de iPhone não chamam o smartphone de “celular”, o chamam pelo nome do produto.

Escuto, com frequência, a frase “meu iPhone”. No entanto, isso não ocorre com outras marcas. No cotidiano, nunca ouvi ninguém chamar seu celular Android de “meu Samsung”, ou “meu Xiaomi”. O mesmo vale para computadores e tablets da Apple. Não é apenas um notebook, é um MacBook. Não é apenas um tablet, mas sim um iPad.

Por isso, digo que usuários da Apple mantêm o nome da marca e dos produtos nos ouvidos das pessoas diariamente, algo que nenhum comercial de TV, campanhas de redes sociais e nem o maior evento poderia fazer em termos de marketing.

Não sou um grande fã da Apple. Me considero um consumidor pragmático e não vejo custo-benefício nos aparelhos da marca. Ainda assim, confesso que, fugindo do meu racional, desejo ter um iPhone novo, ou um MacBook Pro com chip M2.

Sei muito bem que, pelo mesmo preço, compraria um smartphone Android topo de linha e um computador Windows com as melhores especificações do mercado. Ainda assim, esse fenômeno é social e difundido constantemente ao seu redor. A não ser que você se enfie embaixo de uma pedra, você ouvirá, lerá e assistirá à maçã onde quer que esteja.

Por Olhar Digital