1600 críticos elegem os seis melhores filmes de todos os tempos

Sight and Sound fez um levantamento com críticos em todo o mundo

O mundo é feito de filmes bons e ruins, mas é claro que não gostaríamos de perder tempo assistindo aos que não merecem nossa atenção. Foi pensando nisso que Sight and Sound, influente publicação britânica de cinema, fez um levantamento com nada menos do que 1600 críticos da sétima arte em todo o mundo.

Na realidade, a revista, que caminha para seus 100 anos, faz uma listagem dos “Melhores Filmes de Todos os Tempos” desde 1952. A cada 10 anos, a Sight and Sound faz uma atualização, inclusive incluindo novos críticos. Com a versão 2022 da famigerada lista, conheça os primeiros colocados.

2001 – Uma Odisseia no Espaço (Reino Unido, 1968)

Foto MGM/Reprodução

Um dos filmes mais emblemáticos da carreira de Stanley Kubrick, 2001 – Uma Odisseia no Espaço foi lançado em 1968. O longa-metragem acompanhe uma equipe de astronautas no século XXI, liderados por David Bowman, enviados a Júpiter para investigar um monólito encontrado na nave Discovery, controlada pelo computador HAL 9000.

O que eles não contavam é que o computador entraria em pane e tentaria assumir o controle da nave, eliminando os tripulantes. Para os críticos, o filme é uma contemplação do diretor (que também foi roteirista) sobre a natureza e as origens da humanidade, sobre a evolução humana, em uma espécie de especulação antropológica.

Amor à Flor da Pele (Hong Kong, 2000)

Foto Block 2 Pictures/Reprodução

O diretor Wong Kar Wai é conhecido pela estética de seus filmes, mas em Amor à Flor da Pele ele foi além, criando sua obra-prima. O longa-metragem é uma história de amor comovente, uma visão sobre as dores do desejo reprimido. Chow e Li-Zhen passam muito tempos juntos, a ponto de notar que seus parceiros estão tendo um caso.

Entre eles também surge um amor, que vive na tensão, à espreita. O trabalho narrativo, a fotografia do filme e as atuações fazem do filme, cuja história se passa na década de 1960, uma bela fábula sobre o amor.

Era uma Vez em Tóquio (Japão, 1953)

Foto Shochiku/Reprodução

Filme conta a história de um casal de idosos que deixa sua filha no campo e parte para Tóquio, onde pretendem visitar os demais filhos. Acontece que a relação é fria, já que os filhos recebem seus pais com indiferença. A única pessoa que parece ter sentimentos pela dupla é uma das noras, que perdeu o marido na guerra.

A complexidade das relações na sociedade japonesa surgem na tela quando a mãe adoece e os filhos a visitam. O filme dirigido e roteirizado por Yasujirô Ozu parece simples, mas é elegante, mergulhando profundamente nas diferenças das relações familiares do país asiático.

Cidadão Kane (EUA, 1941)

 Foto RKO Radio Pictures/Reprodução

A história do fictício magnata da notícia, Charles Foster Kane, é um clássico, a estreia de Orson Welles na direção, com apenas 26 anos de idade. Cidadão Kane acompanha os jornalistas, após a morte do empresário, que tentam entender qual era o significado da última palavra que havia pronunciado antes de sua morte.

Para isso, investigam sua trajetória, desde a infância pobre. Descobre-se que ele era um homem solitário, obrigado a viver a vontade dos outros e por quem ninguém nutria importância. O longa-metragem é um comentário sobre a sociedade norte-americana do início do século XX. O filme foi o 1º lugar da lista por 50 anos, caindo de posição na edição de 2012.

Um Corpo que Cai (EUA, 1958)

Foto Alfred J. Hitchcock Productions/Reprodução

Alfred Hitchcock é um gênio do cinema, e Um Corpo que Cai é uma de suas grandes obras. O filme acompanha o detetive Scottie Ferguson, contratado para seguir a esposa de um velho conhecido, Madeleine Elster.

Ele aceita a tarefa, mas tem a difícil missão de encarar seu medo de altura, já que a mulher demonstra uma estranha atração por lugares altos. É um thriller sobre obsessão, no melhor estilo Hitchcock possível.

Jeanne Dielman (França, 1975)

Foto Paradise Films/Reprodução

Chamado por críticos de “épico do cinema experimental”, Jeanne Dielman, da diretora Chantal Akerman, oferece uma perspectiva feminina e feminista sobre eventos recorrentes da vida cotidiana. O longa-metragem acompanha três dias na vida da protagonista que dá nome ao filme, uma mulher ainda jovem, mas viúva, que mora com seu filho adolescente.

A rotina tediosa deles é quebrada nos instantes em que Jeanne se prostitui ocasionalmente, criando um cenário de sufocamento pela rotina e pelos anseios masculinos sobre a personagem. A obra é conduzida até uma situação limítrofe, criando um clássico do cinema, cuja trama contém discussões ainda pertinentes.

Fonte Mega Curioso