Deputados acionam MPF contra Bolsonaro e Damares no caso Yanomami

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Parlamentares acreditam que houve “ação” ou “omissão dolosa” do ex-presidente e da ex-ministra

Neste domingo, deputados federais do PT protocolaram uma representação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a senadora eleita Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, na Procuradoria-Geral da República (PGR) por suspeita de crime de genocídio contra os povos Yanomami.

Para os parlamentares, houve “ação” ou “omissão dolosa” do ex-presidente, da ex-ministra e dos ex-presidentes da Fundação Nacional do Índio (Funai), aos quais a representação também se estendeu, diante da destruição das áreas dos indígenas a partir de garimpo ilegal (leia aqui a íntegra do documento).

Extermínio dos povos Yanomami

“Essa política de extermínio dos povos Yanomami e de outras comunidades indígenas, conduzida com galhardia e prazer pelo ex-presidente da República, já vinha sendo denunciada no país e no exterior, tendo sido inclusive, recentemente, objeto de documentário produzido por pesquisadores estrangeiros”, diz um trecho da representação.

O Ministério da Saúde fala em aproximadamente 570 crianças mortas por contaminação de mercúrio, um dos rejeitos produzidos pelo garimpo, desnutrição e fome.

Na sexta-feira, o Ministério da Saúde decretou estado de emergência para “planejar, organizar, coordenar e controlar as medidas a serem empregadas” a fim de reverter o quadro de desassistência instalado na TI Yanomami.

Também foi instalado o Comitê de Coordenação Nacional para Enfrentamento à Desassistência Sanitária das Populações em Território Yanomami “para dar conta do problema de desnutrição, fome, saúde, muito grave nessa região”, segundo o ministro Wellington Dias. O comitê terá duração de 90 dias e suporte das Forças Armadas e da Funai.

Por Correio do Brasil