As cidades estão evoluindo e Campo Grande desponta como exemplo em transformação urbana
Municípios que investem em qualificação do espaço público estão preocupados em garantir mais qualidade de vida aos seus cidadãos. Requalificar implica em oferecer áreas de convivência, melhorar a infraestrutura e, hoje, ter como diretriz principal a atenção ao pedestre. Tido como prioridade na agenda do planejamento urbano, esse investimento gera frutos, trazendo resultados econômicos, sociais e ambientais positivos para todos, como o que se vê na área central da cidade.
Com um centro pensado para as pessoas, a facilidade de ir e vir vem se consolidando na área que compreende mais de 80 quadras do perímetro urbano. A primeira iniciativa que focou o pedestre como prioridade no organismo viário, em detrimento dos veículos, foi a requalificação da Rua 14 de Julho, há mais de três anos. Desde então, caminhar pela principal via de comércio de Campo Grande ficou mais agradável, seguro e confortável.
Em mais de 1.400 metros de requalificação, as calçadas foram alargadas, receberam piso tátil contínuo; a rua tem ilhas de descanso pensadas no bem-estar e qualidade de vida do cidadão, as esquinas foram rebaixadas para tornar a travessia segura para cadeirantes e pessoas com dificuldade de locomoção; os semáforos receberam botoeiras sonoras para pessoas com deficiência auditiva; os meios de quadra têm faixas elevadas para garantir segurança ao pedestre, e o percurso entre as Avenidas Fernando Corrêa da Costa e Mato Grosso inaugurou o conceito de via calma na área central, com velocidade permitida de 30km.
Na sequência da Rua 14 de Julho, a Prefeitura Municipal, através do Reviva Campo Grande, iniciou a ampliação de melhorias para todo o quadrilátero central. Nelas, pensar em acessibilidade continuou uma prioridade. Foram instalados mais mobiliários urbanos, com bancos para descanso; piso tátil contínuo, as calçadas foram padronizadas e hoje ficou bem mais fácil caminhar pela região.
São ações comemoradas pela população. O aposentado Macedônio Lima elogiou as mudanças. “As calçadas largas estão boas, os bancos eu gostei, está cansado, vai ali e senta um pouquinho”.
Com a filha e os netos passeando pela Rua Dom Aquino, a aposentada Maria de Lourdes mora no Bairro Nova Campo Grande e está feliz com o novo centro. “Estou achando muito legal, com criança fica mais fácil passear, tem mais espaço”. Opinião compartilhada por Nilza Carla, que mora no Tijuca. “Está mais fácil de andar”.
Marcos Vinícius Salomão, autônomo, é cadeirante e vem do Bairro Dom Antônio Barbosa todos os dias para o centro, para trabalhar. “O acesso a cadeirantes ficou bom”.
Rosana Martinez, gestora pública e Presidente da Associação de Doenças Neuromusculares de Mato Grosso do Sul (ADONE), destaca o rebaixamento nas esquinas e o piso, que não escorrega, como diferenciais, e elogia o passeio público. “Com certeza já deu para sentir a diferença para melhor. Percebi que o mobiliário urbano foi posicionado de acordo com a norma, junto ao meio fio. Isso faz toda a diferença para a caminhabilidade de quem tem alguma dificuldade de locomoção, permanente ou mesmo temporária.
Nesta semana do consumidor, Rosana faz dois alertas quanto à acessibilidade na área central. “Sinto que falta conscientização dos lojistas como um todo em facilitar a acessibilidade e a caminhabilidade dentro das lojas. Em alguns lugares a gente ainda vê um degrau na porta, corredores sem distância correta entre as gôndolas que causa dificuldade de locomoção. Outra coisa é a quanto à ocupação das vagas reservadas, apesar de ter sinalização indicativa. É um conjunto, a acessibilidade está sendo melhorada, é preciso enxergar essa questão e é necessária a união de todos”.
Por PMCG