Empresas procuram profissionais nas áreas de usinagem, engenharia e injeção de borracha, entre outras
De acordo com o Mapa do Trabalho Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), serão abertas cerca de 2 milhões de vagas até 2025 no Brasil. É o caso da GEMÜ Válvulas e Sistemas de Medição e Controle, que tem vagas abertas em áreas como usinagem, engenharia, injeção de borracha etc.
“Desde o fim da pandemia, o mercado de trabalho está aquecido, mas temos dificuldade em encontrar determinados profissionais, principalmente para atuar em posições de chão de fábrica”, explica a supervisora de Recursos Humanos da GEMÜ do Brasil, Cintia Klingbeil.
Outro fator que torna o preenchimento de vagas mais difícil é a exigência de capacitação – especialmente ligada a novas tecnologias. “Temos novas máquinas no parque industrial com tecnologia de ponta de nível mundial que requerem estudo, o que representa um aprimoramento saudável para qualquer profissional – afinal, é preciso conhecer os processos em que se atua e sobretudo gostar de novas tecnologias”, explica a supervisora.
Ao mesmo tempo, a preferência pelo home office dificulta a contratação em alguns casos. Na GEMÜ, as vagas são presenciais, com apenas alguns casos específicos em formato hibrido. “Quando fazemos triagem de currículos, a primeira pergunta que o candidato faz é sobre o remoto”, conta a supervisora.
Quais os perfis de trabalhadores mais procurados na indústria
Uma das grandes carências do Brasil é por mão de obra qualificada para a indústria – de acordo com sondagem da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), cerca de 50% das plantas fabris sofrem com a falta de pessoal capacitado, o que afeta a produtividade e a competitividade.
Uma das saídas é realizar o treinamento contínuo de funcionários – afinal, investir em quem já está dentro é o melhor caminho para motivar as equipes, reter funcionários e estimular a inovação.
Pensando nisso, a GEMÜ do Brasil lançou uma bolsa de estudo para seus empregados pela qual concede subsídios de até 50% na mensalidade. Todo mês de janeiro e julho, é publicado internamente um edital em que todos os funcionários podem escolher os cursos de seu interesse por meio de um formulário, seja de pós-graduação, mestrado ou curso técnico. A empresa produz válvulas e sistemas de medição e controle para os mais diversos segmentos, com fábrica em São José dos Pinhais (PR) e escritório em São Paulo, e conta com cerca de 130 colaboradores.
“Após a validação do gestor, fazemos um cálculo por meio de um algoritmo, que leva em conta a formação prévia da pessoa, a participação em cursos promovidos pela empresa, a taxa de absenteísmo, ou seja, quantas faltas tem, entre outros fatores, e a partir desses números sai automaticamente uma porcentagem de subsídio disponível para ela. É uma forma de agir com transparência e praticidade.”
E os times realmente aproveitam a oportunidade. “Temos hoje cerca de 15 pessoas em cursos como automação e mecânica, em parceria com a Escola da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Paraná; e mais 32 iniciaram recentemente um curso de liderança in company.”
Um exemplo é o supervisor de vendas Israel Júnior, que trabalha há 12 anos na empresa. Nesse período, pôde complementar a formação técnica e superior com diversas ferramentas. “Ganhei um overview de tudo que está acontecendo na empresa e vários novos conhecimentos. Os cursos nos estimulam a desenvolver nosso melhor potencial. Dá orgulho trabalhar onde somos acolhidos e nos ajudam a crescer”, conta o profissional.
Já os cursos de idioma, fundamentais numa filial brasileira de multinacional alemã, com presença comercial em 50 países, são subsidiados em 100% do custo. Na GEMÜ do Brasil, são cerca de 30 funcionários estudando outras línguas, possibilidade aberta inclusive aos menores aprendizes da fábrica. Além disso, outras 30 pessoas realizam treinamentos para uso de ferramentas como o Excel, entre outras. “Trata-se de um estímulo permanente e que traz muitos ganhos individuais e corporativos”, comemora Cintia.
Por Helena Carnieri