Deputados reforçam importância do combate ao feminicídio e machismo

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Tema foi puxado na tribuna, nesta quinta-feira (1), pela deputada Mara Caseiro

Na Semana Estadual de Combate ao Feminicídio, os deputados estaduais da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) destacaram a importância de ações de combate à violência contra a mulher e a educação contínua contra o machismo estrutural.

Com dados do Ministério Público Estadual, Mara disse que Mato Grosso do Sul está no topo do ranking brasileiro com a maior taxa de tentativas de feminicídios, com 52 registros e, infelizmente, sete mulheres já perderam a vida neste ano no Estado. “Inadmissível e vergonhoso que sejamos destaque nacional nesse número. O Brasil é o 5º país que mais mata mulheres no mundo, segundo a ONU. Várias campanhas, leis existem e ainda assim assistimos perplexas as mulheres sendo mortas por quem elas confiavam e amavam, pois em 85% dos casos tentados no estado são cometidos por atuais ou ex-companheiros que não aceitaram o fim do relacionamento”, explicou a deputada.

“Nós, mulheres queremos respeito” enfatizou a deputada Mara Caseiro.
Foto Luciana Nassar

Ainda de acordo com o apurado pela deputada, nas tentativas, os dados mostram que em 66% dos casos houve descumprimento de medida protetiva. Para tanto, ela pediu à Secretaria de Segurança Pública o uso de tornozeleira eletrônica aos monitorados com restrição via medida protetiva e às mulheres vítimas que seja fornecido o botão do pânico para acionamento imediato de socorro. “Temos muito a avançar. O machismo ainda impera e quando ela não quer continuar naquele relacionamento que está infeliz, às vezes, já sendo vítima de toda e qualquer violência, o homem continuar nesse sentimento de achar que a mulher é sua propriedade e que não tem direito de decidir sobre sua vida. Temos que parar com isso. Vamos continuar buscando instrumentos para que nossas mulheres tenham coragem de denunciar e que tenham a devida proteção quando denunciarem”, disse Mara Caseiro.

Deputada Lia Nogueira. Foto Luciana Nassar

Da mesma forma, a deputada Lia Nogueira (PSDB) ressaltou que essa deveria ser uma semana de comemorações pela redução dos índices. “Porém é o contrário. Os números são alarmantes e vergonhosos. Por mais que estejamos avançando, com ações e mapeamento, ainda há muito mais a se fazer. Aproveito para reforçar a indicação que apresentei no mês da mulher, para que MS tenha a realidade das delegacias da mulher em funcionamento 24 horas por dia. Temos 11 destas específicas e a violência não tem horário para acontecer. Isso não é custo para o MS, é investimento na Segurança, em nós mulheres. E se pudermos avançar mais ainda, esse caso em Maracaju, é uma barbárie uma criança engravidar de estupradores aos 13 anos”, denunciou Lia.

Professor Rinaldo. Foto Luciana Nassar

Professor Rinaldo Modesto (Podemos) relembrou da atuação da Sala Lilás, em 25 municípios do Estado, para o atendimento em separado das vítimas. “Naquele momento de desespero, é preciso poder ser atendida com dignidade. A Casa da Mulher Brasileira nos grandes centros também é fundamental. Dourados já tem emenda aportada. Reforço o pedido para a continuidade da atuação de médicos no Imol da unidade de Campo Grande – reveja aqui. Penso que a educação faz a diferença e liberta da ignorância, lá na base. Um garoto geralmente criado pela mãe, avó, madrinha, por que ele fica violento? Ninguém nasce machista, assim como ninguém nasce racista”, comparou.

O presidente da ALEMS, deputado Gerson Claro (PP), apresentou indicação ao Governo do Estado pedindo a implementação de Sala Lilás em Itaporã. “Combater a violência contra a mulher é dever de todos e para isso é fundamental ter espaços físicos de amparo e acolhimento emocional”, disse.

Pauta permanente

O Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, comemorado nesta quinta-feira, foi instituído por força da Lei 5.202/2018, que também dispõe sobre a Semana Estadual de Combate ao Feminicídio. A norma foi proposta pelo deputado Professor Rinaldo, em data que marca a morte da jovem Isis Caroline, ocorrida em 1º de junho de 2015 e tida como o primeiro caso de feminicídio registrado no estado, após a vigência da Lei Federal 13.104/2015, que formalizou o crime de feminicídio.

Outras leis estaduais que beneficiam as mulheres e combatem a violência em seus mais variados aspectos você encontra na página multimídia especial ALEMS e Elas – acesse aqui – que reúne vasto material sobre o tema e a participação feminina nos espaços de poder. Nela você também encontra a Consolidação das Leis em prol dos direitos das mulheres e os livros digitais, lançados pela Comunicação Institucional da ALEMS, que empoderam meninas, como a Oncinha de Laço Apertado, uma história sobre ser quem se quer ser e a Iguana Calada, leitura sobre superação da violência contra a mulher e liberdade.

Denuncie

Se você presenciar um caso de violência contra a mulher chame imediatamente a Polícia Militar pelo 190 ou leve a vítima para ser atendida pela Casa da Mulher Brasileira, na Rua Brasília, Lote A, Quadra 2 s/n – Jardim Ima, aberta 24 horas em Campo Grande.

Ainda há como denunciar anonimamente pelo telefone Disque 180, o site www.naosecale.ms.gov.br, o site da Polícia Civil pelo pc.ms.gov.br, todos de forma anônima.

Outra forma de pedir ajuda é colocar um X vermelho na palma da mão e mostrar a alguém em as farmácias e restaurantes. Se informe também pelas Cartilhas “Feminicídio: Quem ama, não mata!” e “Violência contra a Mulher não tem desculpa!”. Mato Grosso do Sul ainda dispõe sobre o Programa Recomeçar para apoio às mulheres em situação de violência em tempos de pandemia – veja aqui.

Por Fernanda Kintschner – ALEMS