Habilidades digitais da geração Z mostram qual é o novo modelo de trabalho

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Aquelas pessoas que nasceram aproximadamente entre 1995 e 2010 chegaram com tudo nas empresas

Não é novidade para ninguém que os modelos de trabalho estão mudando com uma rapidez absurda nos últimos anos. A pergunta que não quer calar é: por quê? Bem, há uma série de motivos que causam essa aceleração de alterações, mas, sem dúvidas, um dos principais deles é geracional, afinal, a geração Z está marcando presença em diferentes vagas de emprego; ou seja, aquelas pessoas que nasceram aproximadamente entre 1995 e 2010, e são conhecidas por estarem imersas no ecossistema digital, chegaram com tudo em empresas de diversos segmentos mostrando as suas ideias.

E não haveria como esse processo acontecer de outra forma, não é mesmo? Se pararmos um minuto para olhar o estudo Target Group Index, do Kantar IBOPE Media, veremos que 81% dos respondentes dessa faixa etária estão no Instagram, 43% no TikTok e 32% no Twitter. Portanto, é um grupo que, por ter crescido com a internet em casa, tem mais facilidade de se adaptar à digitalização de tarefas que envolve todo o setor corporativo nos dias de hoje.

Além disso, também está muito claro que os profissionais da geração Z preferem modelos de negócios que tragam mais estabilidade em todos os sentidos, desde financeira até às suas rotinas pessoais. Por essa razão, não há mais uma grande preocupação com o “crescimento em escada” dentro das companhias ou até mesmo aquele peso gigantesco que antes era dado a uma possível migração de carreira; a atenção está apenas nas funções que ajudam a trazer uma vida leve e confortável.

Não por coincidência, outra pesquisa, desta vez feita pela Adobe com estudantes universitários e recém-formados, revela justamente que 52% deles querem chegar a empresas grandes e estabelecidas, porque creem que elas possuem maiores chances de resistir a crises. Enquanto isso, apenas 16% dos entrevistados afirmam que aceitariam um emprego em uma startup ou em uma empresa de pequeno porte.

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“Ah, mas como os Millennials (nascidos aproximadamente entre 1980 e 1995) e outras gerações mais antigas vão lidar com esse novo jeito de enxergar o trabalho da Z?”. Acredite se quiser, a resposta é melhor do que você espera, porque a desconstrução geracional é completamente natural; quando os Millennials começaram a assumir diferentes cargos – inclusive de gestão – no lugar dos Baby Boomers (nascidos aproximadamente entre 1945 e 1964), as maneiras de se trabalhar também mudaram.

E, no caso dessa nova passagem de bastão, há uma vantagem: a transformação digital por si só. As novas ferramentas e tecnologias que vemos surgir praticamente todos os dias só tendem a melhorar a comunicação entre pessoas e otimizar as suas rotinas, podendo facilitar o trabalho dos líderes e do RH no momento de alocar os colaboradores de acordo com as suas preferências e competências. Ainda por cima, a presença de equipes que tenham um bom conhecimento tecnológico é um tiro certo de inovação, que tem a capacidade de adaptar as empresas para as mudanças constantes que acontecem no mercado de trabalho.

Não à toa, outros dois dados indicam que os novos modelos de negócios terão menos atritos entre as diferentes gerações do que uma primeira impressão pode causar. De um lado, um levantamento feito pelo Banco Itaú BBA mostra que os Millennials seguem trabalhando firmes e fortes, com 50% dos integrantes dessa faixa etária estando empregados. Para complementar, o consultor de carreiras de Harvard Gorrick Ng aponta que apenas 2% dos jovens nascidos entre 1997 e 2012 têm interesse em serem líderes, o que reforça que as disputas por cargos maiores devem ser mais tranquilas.

Todos os fatores desse jogo de tabuleiro deixam claro que o aprimoramento de conhecimentos em novas tecnologias e tendências está se tornando indispensável, a partir do momento que há um público que quer se capacitar digitalmente e empresas que precisam dessas habilidades para crescerem no mercado. No português claro, é uma solução que funciona tanto para carreiras isoladas – de todas as idades – e para as organizações, portanto dormir no ponto quanto ao investimento na aprendizagem profissional é um tremendo passo para trás no mercado de trabalho atual.

Por Adriano Almeida

COO da Alura Para Empresas, unidade de negócios da Alura, maior ecossistema de aprendizado em tecnologia do Brasil, que apoia organizações com soluções de desenvolvimento de pessoas em tecnologia para impulsionar organizações.