Dados do Ministério da Saúde apontam que o país teve 2.157 casos confirmados ao longo de 10 anos
Casos recentes de mortes por Febre Maculosa reacenderam o alerta para a doença infecciosa transmitida pela picada do carrapato estrela, infectado com uma bactéria chamada Rickttesia que, penetrando no corpo do ser humano, pode ser fatal.
Segundo Dr. Martim Elviro de Medeiros Jr, médico de família e docente do curso de Medicina da Faculdade Santa Marcelina, “não existe transmissão de pessoa para pessoa, sempre é necessário que haja o vetor (carrapato) e este tenha a bactéria (rickttesia) para que haja a transmissão”, explica.
Após a picada do carrapato o período de incubação é de cerca de 7 dias (com variação de 2 a 14 dias) aparecendo sinais e sintomas de febre, cefaleia, mal-estar e manchas no corpo. “Ao perceber esta situação, sobretudo se houve idas a áreas rurais ou áreas que tem carrapatos (trilhas, passeios em fazendas, parques ecológicos, pescarias) a pessoa deve procurar imediatamente o serviço de saúde, pois o tratamento é feito com antibióticos simples. Se a situação não for reconhecida, a doença pode ser muito grave”, alerta o especialista.
Os exames laboratoriais podem demorar em média 10 dias para serem positivos, por isso a clínica e a exposição definem a conduta. “Ao notar que foi picado por um carrapato retire o mesmo o mais rápido possível com uma pinça ou delicadamente, sem esmagá-lo, pois, isso aumenta o risco de transmissão. Em caso de febre e exantema, erupção avermelhada que aparece na pele devido à dilatação dos vasos sanguíneos ou inflamação, principalmente nas extremidades e nos punhos, palmas das mãos e plantas dos pés, as complicações em crianças podem ser quadros sépticos com comprometimento de múltiplos sistemas como os neurológicos, sistema renal e etc.”, reitera.
Para finalizar, é muito importante que após passeio em áreas rurais e de risco para carrapatos, os pais supervisionem se as crianças não estejam ou continuam com carrapatos pelo corpo, e lembrar que o período de incubação do vírus é de cerca de 7 dias, mas pode variar de 2 a 14 dias. A conduta é clínica e epidemiológica, pois os exames podem ser falso positivos entre o sétimo e décimo dia, finaliza Dr. Martim.
Por Isabella Araujo