O presidente russo acusou o antigo aliado na invasão da Ucrânia de traição
Aliado do presidente Vladimir Putin na invasão da Ucrânia, o Grupo Wagner, acusou o governo russo de atacar acampamentos da organização e prometeu retaliações. Por sua vez, Putin acusou o grupo de traição.
Os paramilitares ameaçam avançar para a capital e o governo de Moscou fecha a Praça Vermelha com policiais por precaução. Roberto Georg Uebel, professor de relações internacionais da ESPM, acredita que pode ser o turning point da Guerra, pois eles estão avançando rapidamente em direção a Moscou, e o prefeito da capital russa já ordenou que a população fique em casa. “A grande questão é se as tropas russas conseguiram conter o avanço deles”.
O “Wagner” surgiu em 2014, composto por ex-soldados de elite altamente qualificados. Com a invasão da Ucrânia, acredita-se que o grupo tenha se expandido recrutando mercenários e prisioneiros para lutar a favor da Rússia na linha de frente.
A relação estremecida entre russos e paramilitares deveu-se a um suposto ataque da Rússia contra acampamentos do grupo, que teria deixado muitos integrantes do grupo mortos. O desentendimento fez com que o chefe da organização, Yevgeny Prigozhi, prometeu retaliação. Por outro lado, as autoridades russas afirmaram que vão investigar o líder do grupo por suspeita de organizar uma rebelião armada.
Os rebelados querem depor o comando militar da Rússia e a ameaça a Moscou é apenas o início dos avanços em território russo. “Muito se fala em possível golpe de estado, o que não acredito que possa ocorrer. Mas só de existir a tentativa e a chegada deles em Moscou, já demonstra o quão vulneráveis estão os russos, péssimo para a imagem deles no mundo, e pode servir de combustível para os ucranianos revidarem”, analisa Uebel.
Por William Lara
Fonte: Roberto Georg Uebel, professor de Relações Internacionais da ESPM