Inclusão LGBTQIA+ deve ser constante nas empresas

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Em muitos casos, organizações só priorizam a diversidade no mês do orgulho, em junho de cada ano

Para gerar mudanças e inclusão verdadeiras, as empresas têm de conscientizar seus públicos sobre temas importantes sempre e não só em uma temporada ou data comemorativa. Esse é o posicionamento das organizações mais antenadas, empáticas e preparadas para o futuro dos negócios, segundo a Gerente de RH da Gateware, Karla Silva. E essa posição não é por acaso, ela faz parte, inclusive, da estratégia de negócios da empresa de TI, que vem assumindo políticas internas cada vez mais focadas na diversidade. Esse trabalho aumentou o quadro LGBTQIA+ na organização. Afinal, sabe-se que empresas mais diversas e inovadoras, inclusive, valem mais na Bolsa de Valores – o que atrai mais acionistas e, logo, capta mais recursos e demonstra boa saúde financeira.

A pauta da diversidade deve ser trabalhada como um dos pilares de interesse das empresas por meio de ações efetivas, e não apenas como uma forma de marketing, defende Karla. Mas colocar em prática um posicionamento interno sobre diversidade não é simples.

“Isso depende de cada empresa, que tem que avaliar a cultura interna, como é o posicionamento no mercado, como se coloca em relação à diversidade e estar de acordo com o que está disposta a trabalhar e ajudar, adotando um ponto de vista perene sobre o tema”, explica.

E a Gerente de RH vai além, afirmando que isso se reflete no dia a dia das organizações. “Se há apoio para a diversidade, de fato isso deve se refletir nas contratações”, exemplifica a líder.

Do ponto de vista do negócio, diversidade faz bem

Foto Canva Studio

Muitas vezes, o que os gestores não se dão conta é que a diversidade influi em um mundo competitivo, com impactos econômicos. Por isso, montar equipes com esse viés faz toda a diferença.

“A equipe que é plural tem diferentes pensamentos e pode contribuir muito para novas possibilidades de mercado, são perspectivas que enriquem o campo profissional porque têm experiências diferentes. É fácil pensar sobre isso: se contratamos cinco pessoas que frequentaram a mesma universidade, elas vão apresentar ideias mais parecidas, mas se contarmos com pessoas de diferentes centros de ensino, é possível que tenhamos novidades pela diversidade de conhecimento”, afirma Karla.

E, no mundo da tecnologia, isso importa muito, uma vez que os projetos contam com habilidades e ideias de quem os executa. “A gente percebe, principalmente, uma maior capacidade de entender necessidades e expectativas quando o time tem diversidade e isso tem efeitos econômicos e de sucesso”, aponta.

Empresa pode se preparar para a diversidade com Código de Conduta

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Foto Ketut Subiyanto

Para além do recrutamento, todas as esferas da organização devem estar preparadas para a diversidade. “É essencial preparar as pessoas para as oportunidades no trabalho e como desenvolvê-las dentro da organização. Os líderes devem apoiar a equipe, a partir de uma visão compartilhada internamente”, reitera.

Se há uma vaga afirmativa aberta, todo o time deve estar alinhado e não pode haver preconceito. “As pessoas também não podem ser invisibilizadas após serem contratadas. Não adianta elas serem notadas apenas na entrevista e esquecidas em seus cargos enquanto outros crescem. As oportunidades têm que ser para todos. Esse é o desafio”, ressalta.

Para isso, os códigos de conduta são válidos para garantir que quem faz parte da empresa saiba das políticas e apoios internos. “O respeito é um dos pilares do nosso código e ele se abastece em outros valores que buscam evitar assédios, entre outros problemas que possam ocorrer. Não aceitamos, portanto, nenhum tipo de discriminação”, destaca a Gerente de RH.

A Gateware tem o selo Great Place To Work (GPTW) e se dimensiona com dedicação a diferentes tendências, além de conscientizar todos os colaboradores de ponta a ponta sobre as melhores práticas de convívio. “Temos um mapeamento completo de nossas posições sobre as diversidades, esse é um tema que mobiliza nossos ambientes. É assim que funcionamos e as pessoas com as quais trabalhamos sabem disso. Não podemos esquecer dos princípios ESG (meio ambiente, social e governança, em português), que está em evidência na nossa alta gestão e sabemos do impacto do social nessa perspectiva”, finaliza.

Por Josi Quevedo