Atriz campo-grandense Aracy Balabanian morre nesta segunda-feira aos 83 anos

Aracy Balabanian. Reprodução Internet

Fundação de Cultura se solidariza com amigos e familiares neste momento tão difícil

A Fundação de Cultura lamenta profundamente a morte da atriz Aracy Balabanian, na manhã desta segunda-feira (7). A atriz estava internada na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro. A causa da morte ainda não foi informada.

A atriz é filha de armênios que vieram para o Brasil, fugindo do genocídio promovido naquele país pelos turcos otomanos. Eles fixaram residência em Campo Grande, onde Aracy e os irmãos nasceram. Aos 15 anos mudou-se para São Paulo com os sete irmãos e ajudava os pais na criação dos irmãos menores. Passou no vestibular para Ciências Sociais e para a Escola de Arte Dramática, vindo a abandonar os estudos de Sociologia para se dedicar ao teatro, sua verdadeira paixão. Diz que viveu numa época que era considerado feio uma mulher fazer teatro, já que antigamente as mulheres tinham preferência a serem donas-de-casa e cuidarem dos assuntos domésticos.

A sua estreia na televisão foi na peça Antígona, de Sófocles, montada pela TV Tupi. Tornou-se tornou uma das maiores intérpretes do meio e criou personagens inesquecíveis como a idealista Violeta de O Casarão (1976), de Lauro Muniz, a sofrida Maria Faz-Favor de Coração Alado, (1980/81), de Janete Clair, a ardilosa Marta de Ti Ti Ti (1985/86) e a misteriosa Maria Fromet de Que Rei Sou Eu? (1989), ambas de Cassiano Gabus Mendes, a excêntrica Dona Armênia das novelas Rainha da Sucata (1990) e Deus nos Acuda (1992/93), ambas de Silvio de Abreu. 

Sua personagem mais conhecida pelo grande público no teatro foi a socialite decadente Cassandra, no humorístico Sai de Baixo, gravado ao vivo do Teatro Procópio Ferreira de 1996 a 2002 para a Rede Globo. Aracy declarou que no começo do programa havia pedido para sair, vendo que após extenso currículo de tragédias, não funcionava nesse papel cômico, acima de tudo por não segurar o riso diante dos colegas. O diretor Daniel Filho então pediu para ela rir sempre que quisesse. O riso da atriz em cena se tornou marca registrada, com Miguel Falabella chegando a dizer que “se o público não entendeu a piada, a Aracy fecha”.

O local e horário do velório e sepultamento ainda não foram divulgados.

Por FCMS