Doença vitimou recentemente a atriz Aracy Balabanian
A atriz Aracy Balabanian faleceu na semana passada aos 83 anos, comovendo milhares de fãs em todo o mundo. A causa da morte foi um câncer de pulmão, doença que já tinha afetado a cantora Rita Lee, também falecida este ano e contra a qual Aracy lutava desde 2022. O câncer de pulmão é o primeiro em todo mundo de incidência entre os homens e o terceiro entre as mulheres. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), apenas em 2020, mais de 2,2 milhões de novos casos foram registrados. Apenas no Brasil, foram 28.126 mortes em 2020.
A oncologista da Oncoclínicas e do Hospital Edmundo Vasconcelos, Denise Leite, explica que, ainda que haja outros fatores de risco, o tabagismo ainda é o grande vilão causador do câncer de pulmão. “O fator mais responsável pela doença é o tabagismo, com cerca de 90% dos casos desse tipo de câncer. Mas existe uma pequena parcela de casos de pessoas que nunca fumaram nem foram expostas como fumantes passivos e que podem ser acometidos pela doença. Entre eles podem estar a poluição, exposição a radiações ou fatores genéticos, por exemplo”, destaca a médica.
Existem dois tipos de cânceres de pulmão, o de pequenas células e o de não pequenas células. O primeiro é mais agressivo, evolui mais rápido e está mais relacionado ao tabagismo, porém o segundo também tem comportamento maligno e forte associação ao cigarro. Denise explica que é importante fazer a diferenciação para que o tratamento mais adequado possa ser receitado. “Não existe um tratamento único, vai depender muito da pessoa e do subtipo do câncer. Além da cirurgia, radioterapia e quimioterapia, que são os tratamentos convencionais, há novas tecnologias como a imunoterapia e outros medicamentos administrados por via oral que atacam células específicas com tumores. “O mais indicado é sempre conversar com o oncologista antes da decisão porque nem todos são candidatos aos tratamentos não-quimioterápicos”, destaca ela.
Um dos fatores para essa decisão e, também para o sucesso do tratamento, é o quão precoce ele é diagnosticado. “Quanto antes o diagnóstico for feito melhor para atingir a potencialidade de cura quanto para a realização dos tratamentos já conhecidos. Um diagnóstico precoce pode atingir a doença com um volume menor e com mais tolerância aos tratamentos”, afirma.
Por fim, ela indica que os principais fatores de prevenção incluem evitar o tabagismo e o fumo passivo, além da realização de hábitos saudáveis, especialmente em relação à prática de exercícios físicos.
Por Renan Araujo