Cannabis, a depressão e a jornada da prevenção ao suicídio

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Setembro Amarelo é mês dedicado à conscientização sobre a prevenção ao suicídio

Em setembro se discute abertamente a saúde mental e buscar soluções para os desafios que muitos enfrentam.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é uma das principais causas do suicídio, afetando mais de 264 milhões de pessoas. A ansiedade, muito associada à depressão, também é uma preocupação significativa, afetando cerca de 284 milhões de indivíduos em todo o mundo.

Juntas, essas condições podem desencadear um ciclo de sofrimento emocional que, em alguns casos, pode levar a pensamentos suicidas. Estima-se que aproximadamente 800.000 pessoas tiram suas próprias vidas a cada ano, ressaltando a urgência de abordagens eficazes para o tratamento e prevenção.

Foto AG FLECHA CRIATIVA

Nesse contexto, a cannabis medicinal emerge como um tópico de discussão que traz novas perspectivas para os tratamentos de transtornos mentais e outras condições relacionadas.

“Estamos vivendo uma época em que a pesquisa científica está desvendando os diversos potenciais benefícios da cannabis medicinal, especificamente o canabidiol (CBD), no tratamento da depressão e de transtornos de ansiedade”, comenta a Dra. Mariana Maciel, médica brasileira fundadora da Thronus Medical, biofarmacêutica canadense pioneira em nano THC e nano CBD.

Estudos têm indicado que a ação do CBD em receptores 5-HT1A no cérebro está relacionada a funções neuroprotetoras, antidepressivas e ansiolíticas. Embora o mecanismo completo de sua ação ainda não tenha sido completamente desvendado, a evidência acumulada sugere que o CBD tem ações benéficas no tratamento da ansiedade, estresse, humor, psicose e distúrbios do sono.

“Pesquisas destacaram que o CBD pode prolongar a duração do sono, reduzir os níveis de cortisol (hormônio do estresse) e atenuar a ativação neuronal em áreas cerebrais associadas ao medo e à ansiedade”, continua a médica.

A depressão, uma condição que requer tratamento crônico, também tem sido objeto de estudos relacionados à cannabis medicinal. 

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“Evidências sugerem que o CBD pode agir positivamente nos receptores relacionados a funções neuroprotetoras. Nesses estudos, a administração crônica de CBD foi capaz de prevenir mudanças de comportamento associadas à anedonia e à ansiedade, sintomas frequentemente ligados à depressão, o que mostra o CBD com um papel importante no tratamento de distúrbios de humor”, diz a Dra. Mariana Maciel.

As descobertas até o momento têm trazido esperança para aqueles que lutam contra essas e outras condições debilitantes.

“Neste Setembro Amarelo, enquanto abordamos a importância de conversas sobre saúde mental e prevenção ao suicídio, também é crucial manter-se atualizado sobre os avanços na pesquisa e no tratamento de condições como a depressão”, pontua a médica. 

“A cannabis medicinal pode se tornar uma importante ferramenta adicional no arsenal terapêutico, oferecendo esperança para aqueles que buscam alívio de seus sintomas emocionais e mentais. No entanto, é fundamental buscar orientação médica adequada e abordagens integrativas para tratar essas condições de forma responsável e informada”, completa.

Por Gabriel Malagrino