Fiz bariátrica e agora? Mudanças no corpo após procedimento podem, ou não, exigir outra cirurgia

Cirurgião plástico Antônio Pitanguy explica como intervenção pode precisar de cuidados cirúrgicos após determinado tempo

Nos últimos dias, a cantora Jojo Todynho vem mostrando aos seguidores o pós da cirurgia bariátrica, que realizou no começo do mês de agosto. O procedimento, que consiste na redução do estômago, ganhou os holofotes com o compartilhamento do tratamento pela artista. Jojo chegou a comentar que não fará cirurgia reparadora, mas que quer colocar silicone nas mamas. A cirurgia plástica após a cirurgia bariátrica é uma escolha pessoal, não uma obrigação, mas pode afetar profundamente a saúde e autoestima.

De acordo com Antônio Pitanguy, médico cirurgião plástico, a cirurgia plástica após a bariátrica se torna uma consideração quando ocorre o excesso de pele devido à significativa perda de peso, comumente conhecida como flacidez. “Essa condição frequentemente gera desconforto, evocando uma sensação de desconexão com o próprio corpo”, explica o profissional.

O procedimento se torna indicado quando há uma quantidade significativa de pele “solta”, que não se retrai após perda de peso causada pela cirurgia bariátrica. A indicação médica chega a ir além de apenas questão estética quando a intervenção de redução do estômago acaba prejudicando a qualidade de vida ou causando desconforto físico após determinado tempo de sua realização. 

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Além disso, a mudança no corpo pós bariátrica pode impactar a autoestima. No entanto, é importante que a realização de uma cirurgia reparadora seja feita com consciência, e o médico cirurgião precisa entender a necessidade e vontade do paciente da melhor forma possível, a fim de sempre trabalhar a nova intervenção pensando no bem estar e autoestima do indivíduo. 

A autoestima é uma questão intrinsecamente ligada à saúde. “De acordo com a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS), que descreve saúde como ‘um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a ausência de doenças’, torna-se evidente a relevância social da cirurgia plástica no contexto da restauração da autoestima”, ressalta Antônio Pitanguy.

A cirurgia reparadora é garantida, por lei, pelo SUS. A Portaria nº 1.091/2016 do Ministério da Saúde define a cirurgia plástica reparadora pós-bariátrica como um procedimento que deve ser oferecido pelo sistema público de saúde. Ou seja, o paciente que realizou a cirurgia bariátrica pelo SUS tem direito à cirurgia para remoção de pele gratuitamente.

Existem vários tipos de cirurgia plástica pós-bariátrica disponíveis para tratar diferentes áreas do corpo onde ocorre excesso de pele após a perda de peso substancial. Alguns dos procedimentos mais comuns incluem:

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1. Abdominoplastia (cirurgia de abdômen): remove o excesso de pele e gordura da região abdominal, muitas vezes resultando em uma aparência mais plana e tonificada do abdômen.

2. Braquioplastia (lifting de braço): trata o excesso de pele flácida nos braços, resultando em braços mais firmes e esculpidos.

3. Cruroplastia (lifting de coxa): remove o excesso de pele das coxas, melhorando a forma e a firmeza da região.

4. Mamoplastia (cirurgia de mama): inclui procedimentos como a mastopexia (lifting de mama) para corrigir a flacidez mamária, e a mamoplastia de aumento ou redução, dependendo das necessidades do paciente.5. Lifting facial: Em muitos casos, o excesso de pele também pode afetar o rosto, e um lifting facial pode ser realizado para melhorar a aparência da face e do pescoço.

Antônio Pitanguy é neto do mestre da Cirurgia Plástica Ivo Pitanguy, único descendente direto das técnicas do avô atuando no campo. Concluiu sua especialização no Instituto Ivo Pitanguy e é membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Através de conversas com o avô, Antônio absorveu os conceitos de beleza e harmonia que sedimentaram a carreira do mestre.

Por Nicoly Poletto