Clássico da Semana

Um ano após o suicídio de Vincent Van Gogh, Armand Roulin encontra uma carta escrita pelo pintor e enviada ao irmão Theo, que jamais chegou ao seu destino. Decidido a entregar ele mesmo a correspondência, Armand parte para a cidade francesa de Arles na esperança de encontrar algum contato com a família do artista falecido. Lá, inicia uma investigação junto às pessoas que conheceram Van Gogh, no intuito de decifrar se ele realmente se matou. (Sinopse Google)
Apesar do trabalho fantástico dos diretores desse filme de animação, o primeiro que eu comento aqui, Dorota Kobiela e Hugh Welchman, resolvi falar apenas no resultado da obra, e não vou apontar a história dos diretores como venho fazendo nos outros posts que já publiquei aqui na minha coluna.
Começando pelo enredo, e sua abordagem ousada, é completamente elucidador das dúvidas que a história produziu no episódio da morte trágica e precoce do grande artista plástico Vincent Van Gogh.
O trabalho, diferente de ter atores apenas dublando uma animação, colocou os atores em cena, para só depois uma gama gigantesca de artistas plásticos e animadores digitais confeccionarem o filme propriamente dito.
A história de parte da vida de Vincent foi ali desvendada numa mídia absolutamente popular, dando oportunidade para muitas pessoas saberem o porquê ele foi reconhecido como o maior artista da era moderna.
Descobrindo tarde seu talento, Van Gogh produziu incessantemente, com todo seu amor, colocado nos pincéis e na crença de sua verdade injetada no simples, deu o melhor de sua visão pela arte.
O apontamento de seu provável desequilíbrio é completamente desmontado, pois nenhum desequilibrado se alto indica para um tratamento. O que fica claro é que ele, o ser sensível Vincent Van Gogh, não se encaixava no “normal” que a época apontava e exigia. Sua vida é a maior e mais clara representação da angústia que atinge todos os grandes artistas.
O final trágico da vida de Vincent Van Gogh nos mostra como é difícil em todos os tempos ser artista e principalmente viver de arte. Tendo tido apenas uma obra vendida, artistas, como a história mostra, seja de que forma for, só sobreviverão pela presença de mecenas, substantivo adotado para quem, sem objetivar lucro, financia e protege artistas e a arte como fez Caio Cílnio Mecenas, conselheiro do Imperador Augusto de Roma.
Com essa obra espetacular inauguro o cinema de animação nessa coluna. E aproveito para fazer uma homenagem a meu amigo/irmão Júlio Cabral e ao meu irmão/amigo Ique Woitschach, dois grandes artistas que admiro muito.