Outubro Rosa: o exemplo de combater o câncer de mama com positividade

Ilma Teodoro, Eliza Montes e Emily Coffacci são embaixadoras da Campanha Outubro Rosa do Hospital de Câncer Alfredo Abrão. Foto Gabriela Teodoro

Com muita fé e otimismo, Ilma Teodoro decidiu atravessar o processo de tratamento e cura de um câncer de mama triplo-negativo, considerado um dos mais agressivos

Ilma Teodoro não tinha ideia do que enfrentaria ao passar por exames preventivos em 2021, quando a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), em parceria com a Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul (Cassems), disponibilizou um ônibus equipado para a realização de mamografia e papanicolau.

Ela foi diagnostica com câncer de mama triplo-negativo, considerado um dos mais agressivos, pois não há a presença dos receptores de estrogênio, progesterona e proteína HER2, responsáveis pelo controle do crescimento do tumor, das células mamárias e da divisão celular. “Todos os anos eu fazia os exames preventivos que eram oferecidos pela Assembleia. Quando chegou o resultado, eu aceitei e enfrentei”, disse.

“Eu costumo dizer que eu consolei minha família. Eles choraram muito, porém, eu estava leve e sabia que sairia vitoriosa, sempre com ajuda de Deus”. No Hospital de Câncer Alfredo Abrão (HCAA), ela fez dois ciclos de quimioterapia.

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Perda dos cabelos

A quimioterapia tem como alvo as células de crescimento rápido, o que danifica os folículos capilares e faz com que os cabelos caiam. Embora seja transitória, essa fase pode assustar muitas mulheres, enquanto outras não se importam tanto. “Optei por ficar careca, mas a decisão de como lidar com a queda de cabelo é muito pessoal. Eu me achei bonita e fiz, inclusive, uma sessão de fotos com meu novo visual”, contou Ilma.

As mulheres também usam chapéus, turbantes, lenços de cabeça ou perucas. Existe a terapia com touca fria ou resfriamento do couro cabeludo, que pode minimizar a queda de cabelo causada pela quimioterapia. Segundo estudos, o mecanismo preserva em torno de 40 a 60% dos fios do paciente.

Perda da mama

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Durante a luta contra o câncer de mama, as mulheres enfrentam também outros desafios, os efeitos colaterais da radioterapia, a mutilação do seio e as cicatrizes. “Segui o tratamento de radioterapia e após a mastectomia, com o esvaziamento axilar. Após a cirurgia para retirada da mama, minha filha me deu banho. Foi quando eu me olhei no espelho e vi a cicatriz, chorei muito”, falou Ilma.

Foram alguns dias até ela se reconhecer no novo corpo e aprender a valorizá-lo. “A mastectomia é traumatizante para a vida da mulher, já que altera sua imagem e autoestima. Em agosto fez um ano da cirurgia e estou curada. Sei que o câncer provocou uma série de mudanças em mim, principalmente no modo como vejo vida. Minha missão é inspirar outras mulheres a protegerem a saúde”, revelou.

Como sobrevivente do câncer de mama, Ilma agora está divulgando sua batalha pessoal para conscientizar as mulheres. Ela e duas amigas são as embaixadoras da Campanha Outubro Rosa do Hospital de Câncer Alfredo Abrão. “Eu, a Eliza Montes e Emily Coffacci fizemos juntas o tratamento e tínhamos combinado de fazer uma sessão fotográfica juntas. Hoje, estamos nesta campanha em prol do diagnóstico precoce da doença”.

Até 31 de outubro, serão ofertados gratuitamente no Hospital de Câncer Alfredo Abrão o exame de mamografia, exceto nos feriados. Serão distribuídas 80 senhas por dia para mulheres com idades entre 40 e 65 anos.

As interessadas podem ir ao HCAA, localizado na Rua Marechal Rondon, 1053, a partir das 6h. Com atendimento por ordem de chegada, as mulheres devem levar RG, CPF e o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS).

Campanha Outubro Rosa 2023. Foto Gabriela Teodoro

O diagnóstico precoce e o tratamento eficaz contribuem substancialmente para o aumento da sobrevida do paciente e redução da mortalidade. Essa é a razão da existência da Lei Estadual 4.541 de 2014, que instituiu o mês Outubro Rosa, dedicado a ações preventivas à integridade da saúde da mulher no Estado de Mato Grosso do Sul.

“Sempre ao lado das mulheres, a Assembleia Legislativa elabora e apoia ações e políticas públicas que auxiliem no combate ao câncer de mama. Os exames preventivos salvam vidas. Tratar a doença no estágio inicial reduz intervenções invasivas e a chance de cura aumenta para mais de 90%. Por isso, é fundamental a realização de campanhas para disseminar essas informações””, destacou Zé Teixeira, um dos autores da Lei Outubro Rosa.

Sinais e sintomas

– Caroço fixo, endurecido e, geralmente, indolor.

– Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja.

– Alterações no bico do peito (mamilo).

– Pequenos nódulos na região embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço.

– Saída de líquido dos mamilos.

Autoexame

O autoexame pode ser feito em pé ou deitada, durante o banho ou em frente a um espelho. Veja se tem alguma diferença na aparência dos seios, como caroços e relevos. Faça isso em diversas posições, como braços levantados, abaixados e mãos na cintura.

As mulheres devem procurar imediatamente um serviço para avaliação diagnóstica ao identificarem alterações persistentes nas mamas. No entanto, tais alterações podem não ser câncer de mama.

Além do autoexame, o exame clínico e exames de imagem podem ser recomendados, como mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética. O plano terapêutico para o tratamento adequado deverá ser definido pelo médico mediante a análise de todos os exames realizados. Existem vários tipos de tratamento. Quanto mais cedo o diagnóstico, melhores as chances de cura.

Por Heloíse Gimenes – ALEMS