Israel entra em estado de guerra após ataques do Hamas

Foto Amir Cohen/REUTERS

Fonte: Roberto Uebel, professor de relações internacionais da ESPM

Na manhã deste sábado (7), o Movimento Islâmico do Hamas bombardeou Israel por meio de um ataque surpresa, considerado um dos maiores sofridos pelo país nos últimos tempos. Ao menos 40 pessoas morreram e outras 740 ficaram feridas.

Os ataques ocorreram, principalmente, na parte sul do país e milhares de foguetes foram lançados. Em comunicado, os militares de Israel afirmaram que os terroristas se infiltraram no território israelita através da Faixa de Gaza.

O grupo Hamas reivindicou o ataque, afirmando se tratar do início de uma grande operação para a retomada do território israelense.

Para Roberto Uebel, professor de relações internacionais da ESPM, este ataque é uma resposta do Grupo Hamas e do governo palestino depois de muita pressão de Israel nos últimos tempos. “É um cansaço, e é um momento especial para Israel porque hoje ele está vivendo uma crise política, o Netanyahu já declarou estado de guerra, ele tenta unificar o país porque tem sido cada vez mais autoritário, então podemos ter consequências complicadas a partir de hoje”, diz.

Uebel ainda acredita que os ataques de hoje podem dificultar um possível acordo de paz entre Israel e Palestina, a um futuro, a um médio ou a um longo prazo.

Segundo o especialista, hoje é uma data simbólica para Israel porque fazem 50 anos da Guerra do Yom Kippur. “Foi um ataque surpresa a Israel, em 1973, quando os países árabes atacaram o país e, na época, desestabilizou a própria economia mundial, o próprio choque do petróleo ocorreu na sequência. Não acredito que isso vá acontecer hoje, tanto que os governos de países árabes da região já estão acompanhando e condenaram os episódios de violência”.

Uebel acredita que foi um ataque de fúria, visto que a região não aguenta mais a pressão de Israel contra a Palestina. “Os entraves que Israel tem colocado para a criação de um Estado palestino, os bloqueios constantes, é um ataque de fúria”, afirma o professor da ESPM.

Por Willian Lara