Setembro foi o mês mais quente dos últimos 80 anos no Brasil
Neste momento de início da safra, nas principais regiões produtoras do País os agricultores precisam fazer o uso racional da água, aliado a um bom manejo de solo para que as plantas não sofram estresse
O final do inverno brasileiro foi marcado por uma forte onda de calor em diversas regiões do país. De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o mês de setembro foi o mais quente dos últimos 80 anos e, com a chegada da primavera, este cenário deve persistir. O que preocupa é que historicamente outubro é um mês de temperaturas mais altas, além disso, o fenômeno El Niño, que tem provocado o aquecimento das águas do oceano Pacífico próximo à linha do Equador, na altura da costa do Peru, segue influenciando o clima global e do Brasil.
Diante deste cenário, o produtor, principalmente os do Centro-Oeste, Norte e Sudeste do país, precisam buscar alternativas para reduzir o impacto dessa forte onda de calor nas lavouras. Uma das alternativas é fazer o uso racional da água, ou seja, fornecer o recurso na quantidade necessária, no local exato e no momento certo, ajudando a planta a não entrar em estresse hídrico. Para possibilitar esse nível de precisão na irrigação, a classe produtora pode recorrer a tecnologias como WaterTrend, uma solução disponível na plataforma FieldNET™, da Lindsay América Latina, empresa representada também pela marca Zimmatic™.
A ferramenta fornece as informações necessárias para auxiliar nas decisões de irrigação. Utilizando dados, ciência e tecnologia de modelagem avançados, o novo recurso WaterTrend exibe um panorama de sete dias de previsão de uso de água da cultura e níveis de precipitação, levando em consideração as quantidades de chuva previstas, o estádio de crescimento e as informações hídricas da cultura específicos de cada campo. “O melhor de tudo é que o WaterTrend já vem incluso em toda assinatura para pivôs centrais com FieldNET, agregando ainda mais valor para seus usuários”, destaca Rodrigo Bernardi, engenheiro agrônomo e especialista em produtos da Lindsay.
Ainda segundo ele, para os produtores que desejam obter uma base maior de informações e orientações para tomadas de decisões mais assertivas, é possível fazer o upgrade para uma assinatura completa do FieldNET Advisor. Assim, receberão recomendações de irrigação automatizadas diariamente.
Gerenciamento preciso à distância
O FieldNET Advisor é uma solução que fornece informações precisas e objetivas de irrigação ao produtor e ainda mostra se os pivôs estão operando como o programado, auxiliando-o nas tomadas de decisões. A ferramenta fornece dados simplificados para o manejo do irrigante com grande assertividade. O funcionamento é simples: basta o produtor inserir a cultura e suas características, o tipo de solo e as datas de plantio e o programa combinará automaticamente esses dados com informações meteorológicas precisas e dados históricos de irrigação do campo.
Em seguida, por meio de modelagem, ele monitorará o crescimento da cultura e a profundidade das raízes para verificar a quantidade de água disponível no solo para a cultura e prever assim as necessidades futuras de água da lavoura, a quantidade e o momento ideal para a irrigação, visando atingir a máxima produtividade.
Com ele, de um smartphone, tablet ou computador, em um único mapa ou exibição em lista, é possível visualizar as informações mais importantes de todas as áreas irrigadas, incluindo o esgotamento de água, recomendação da próxima data de início da irrigação e lâmina grau-a-grau do pivô a aplicar para evitar o estresse hídrico da cultura e o desperdício. “O produtor utilizando essa ferramenta, vai irrigar de maneira mais eficiente e com maior precisão. Ele saberá quantos milímetros de água utilizou por saca produzida e obterá a máxima lucratividade potencializando seu investimento. No final das contas utilizará a água e energia de maneira mais sustentável”, diz o engenheiro agrônomo.
Outra grande vantagem que o agricultor tem ao utilizar o FieldNET Advisor é que ele não ficará dependente da chuva para poder iniciar a semeadura da safra. “É muito comum o produtor perder a janela de plantio aguardando as águas e isso pode trazer grandes prejuízos. Por isso dizemos que irrigação é investimento certo, pois além do equipamento se pagar em média em cinco anos, ele terá a possibilidade de produzir uma safra a mais em épocas secas do ano, com produtividade muito mais alta”, reforça Bernardi.
Manejo correto do solo
As tecnologias de irrigação vão certamente ajudar o produtor a manter um bom desenvolvimento de sua lavoura, principalmente nestes períodos de forte calor. Mas, além desses cuidados, também é preciso olhar para baixo, ou seja, realizar um eficiente manejo de solo.
De acordo com o especialista da Lindsay, uma das alternativas é o plantio direto, pois se opta por este método de manejo, se deixa o máximo de matéria orgânica por cima do solo. “Com essa cobertura, ganha-se uma série de vantagens, principalmente nessa época de calor, pois quando há bastante cobertura vegetal sobre o solo, ela diminui a temperatura superficial do solo, reduzindo a evaporação de água e ao mesmo tempo mantém mais a umidade e, consequentemente, a planta demandará menor quantidade de lâminas na irrigação. A combinação de tecnologias e manejo são responsáveis pela economia de água em épocas que a disponibilidade é crítica”, acrescenta.
Neste período de início de safra, quando as plantas estão germinando, esses cuidados se tornam ainda mais necessários, pois elas são mais sensíveis a altas temperaturas, além disso, o sistema radicular ainda não é bem desenvolvido. “Pensando nesta época do ano, período de germinação, a palhada sobre o solo ajuda muito, pois a planta cresce diminuindo o estresse. Aliando esse crescimento com a lâmina correta de irrigação, é possível economizar a água e aplicar a quantidade correta para o melhor desenvolvimento da lavoura”, finaliza Bernardi.
Por Kassiana Bonissoni