Desde junho, o Governo do Estado liberou R$ 300 milhões para novas intervenções e melhorias de infraestrutura das escolas
Olhos atentos e mãos treinadas para buscar conhecimento nos laboratórios de ciências, robótica e informática. Com tecnologia, interatividade e inovação, o processo de aprendizagem nas unidades da REE (Rede Estadual de Ensino) de Mato Grosso do Sul é atrativo e contribui para auxiliar os estudantes no ensino em tempo integral.
Diversos temas, assuntos e conteúdos ficam mais fáceis de aprender em uma pesquisa na internet, e com o professor em sala de aula os alunos tiram dúvidas. Autonomia e protagonismo do estudante no ambiente que proporciona segurança e contribui na busca por conhecimento.
A EE Carmelita Canale Rebuá, em Miranda, tem 42 anos de funcionamento, mas está mais moderna do que nunca. O prédio, que já recebeu gerações de estudantes, foi completamente reformado, o que abriu caminhos para novas necessidades e possibilidades dos alunos, que são diferentes daqueles de quatro décadas atrás.
Com um clique no computador, na montagem de um robô ou na edição de vídeos para as redes sociais, os estudantes interagem com novos meios de aprendizagem, sempre com o acompanhamento dos professores.
Graziela Detol, 16 anos, está no 1° ano do ensino médio e consegue ter proximidade com as tecnologias todos os dias na escola. “Com o computador e a internet aqui na escola, é uma forma muito legal de aprender. Depois da reforma tudo melhorou, dá vontade de vir estudar”.
Ela e a irmã, Neuzielen – que tem 13 anos e é aluna do 7° ano do ensino fundamental – são as caçulas de dez irmãos e todos foram alunos da “Carmelita”, como a escola é carinhosamente chamada.
“A minha história com a Carmelita é de muito tempo atrás. Todos os meus dez filhos estudaram nesta escola, que ajudou cada um deles a se desenvolver na educação. A estrutura é muito segura, o ensino integral é muito bom”, disse Aparecida Detol, mãe das meninas e moradora da Aldeia Passarinho. Dos filhos que já passaram pela escola, três cursaram nível superior, e se tornaram professores. “Para mim é um orgulho. É uma alegria saber que meus filhos estão apendendo e vão contagiar minha comunidade, mostrando o caminho do conhecimento”.
A comunidade indígena da etnia terena tem aproximadamente 1,6 mil moradores e parte das crianças e adolescentes são alunos da “Carmelita”. A escola tem 230 alunos – dos quais, 15% são indígenas – do 6° ano do ensino fundamental ao 3° ano do ensino médio, além de turmas do curso de Normal Médio.
“A reforma ficou excelente. Com certeza, a melhoria da estrutura da escola contribui para a formação dos alunos, daqui vão sair bons profissionais”, afirmou o cacique da aldeia, Dirceu Marcos Justinho, que tem uma filha que é aluna da unidade.
Coordenadora de práticas inovadoras, Cíntia Beuk, comemora a reforma e as novas possibilidades oferecidas aos alunos. “Fomos contemplados com laboratório de informática, com computadores novos, e laboratório de ciências, onde os alunos conseguem desenvolver atividades práticas, experimentos. Isso tem contribuído muito com o aprendizado deles. A escola é período integral e assim é possível ter mais opções de atividades e desenvolvimento dos estudantes em todas as áreas”.
Além da melhoria no ensino, a reforma proporcionou bem-estar e conforto aos alunos, professores e funcionários. “Estamos realizados, em um ambiente novo e adaptado. Mudou o conforto, para estudantes e funcionários contribuiu muito. Com esse calor que estamos passando, agora temos as salas todas climatizadas, com novos aparelhos de ar-condicionado”, disse Cíntia.
A escola aderiu ao ensino em tempo integral em 2020 e na época Luana Dell’amore, mãe de alunos, foi resistente a novidade. “Eu os tirei da escola, fiquei com medo de ficarem ociosos e não terem o que fazer. Agora meus dois filhos que estudam aqui estão super envolvidos, amam. Eu falo que tenho que brigar com eles para voltarem para casa. E no ano que vem minha filha mais nova também vai vir estudar aqui, no 6° ano”.
O cuidado como ensino e com a segurança dos alunos conquistou Luana, que agora é só elogios. “A reforma beneficiou muito, melhorou a qualidade de vida deles na escola, com salas climatizadas, porque aqui é uma cidade muito quente. Além disso, os materiais oferecidos são de qualidade, o local das refeições é adequado. E a segurança me deixa tranquila, a escola é vigiada”.
E o ensino em tempo integral também deixou de ser uma preocupação, para ser prioridade na rotina. “Meus filhos participam bastante, são atuantes. Tudo isso despertou neles o desejo maior de estar na escola. Meu filho gosta da parte de robótica, inventar, desmontar e montar de novo. E a minha filha sempre gostou de biologia, ciências, e está encantada com o laboratório. É um sonho realizado”, disse Luana.
Com a garantia de segurança e ensino de qualidade, Luciana Araújo Leite viu a filha Mariana Xavier, 15 anos – aluna do 1° ano do ensino médio –, ser motivada e se destacar para conhecimentos em diferentes áreas, potencializado com o investimento em tecnologia.
“Eu decidi colocar minha filha para estudar aqui na Carmelita porque achei importante a parte da estrutura, segurança, organização, e pela forma que estão investindo no futuro desses jovens, na educação e no aprendizado. Para mim está sendo maravilhoso. Eu vi o desenvolvimento da minha filha, ela gosta de editar e eles se preocupam com isso. E ela também faz vôlei, basquete, ela se abriu e não foi só para o estudo”.
O cuidado com os alunos, o ambiente seguro, e as diferentes possibilidades de ensino-aprendizagem são pontos importantes e que recebem atenção do Governo do Estado em todas as unidades da REE.
“Até me emociono, eu fico feliz por isso. Eu sei que na escola minha filha está segura, posso ir trabalhar tranquila. Eu sei que tem monitoramento, mas não é só isso, são pessoas qualificadas que cuidam e se preocupam o bem-estar dos alunos”, disse Luciana.
Investimentos
Com investimentos de R$ 180 milhões, o Governo do Estado, por meio da SED (Secretaria de Estado de Educação), concluiu reformas (parciais e totais) em 40 unidades escolares em 2023, e outras 20 devem ser entregues no início do próximo ano letivo.
Além disso, atualmente 120 escolas passam por com algum tipo de intervenção (obras de acessibilidade, readequação de rede elétrica e/ou hidráulica e pintura). Desde junho, o Governo do Estado liberou R$ 300 milhões para novas intervenções e melhorias de infraestrutura das escolas.
A REE tem atualmente 348 escolas com 187 mil estudantes atendidos. Em 2024, todos os municípios do Estado terão oferta de turmas com ensino em tempo integral. A meta tinha prazo até 2026 para ser alcançada, o que ocorreu no primeiro ano da atual gestão estadual.
No total, são 166 unidades escolares com ensino em tempo integral este ano com 30 mil estudantes atendidos, que passam a ser quase 49 mil alunos em 219 escolas em 2024 – mais 53 unidades com a oferta, seis delas na área rural, garantindo mais de 5,4 mil novas vagas.
Por Natalia Yahn/Comunicação – GovMS