Para cada R$ 1 investido na Educação Profissional de nível médio, egresso tem retorno superior a R$ 3 em própria remuneração

Estudo revela que educação técnica está entre os investimentos públicos mais rentáveis no País

A cada R$ 1 investido na Educação Profissional e Tecnológica de Nível Médio (EPTNM), o egresso da formação profissional tem um retorno na própria remuneração superior a R$ 3, revelando que a educação técnica está entre os investimentos públicos mais rentáveis no país. Os dados fazem parte de ampla pesquisa realizada pelo Insper, uma das principais instituições de ensino superior e pesquisa do Brasil, em parceria com o Itaú Educação e Trabalho e Instituto Unibanco. O estudo estimou os impactos da Educação Profissional e Tecnológica de Nível Médio (EPTNM) na empregabilidade e rentabilidade dos egressos dessa modalidade de ensino.

O Insper e os parceiros realizaram uma revisão sistematizada em busca das melhores evidências da literatura nacional e internacional sobre as estimativas disponíveis do impacto privado da EPTNM no Brasil sobre a empregabilidade e a remuneração do trabalho. Ao todo, foram analisadas 76 estimativas do impacto da educação técnica, presentes em 16 estudos criteriosamente selecionados, corroborando a relevância da formação técnica de nível médio para a inserção no mercado de trabalho e a ampliação dos rendimentos dos trabalhadores.

O estudo foi conduzido por Ricardo Paes de Barros, professor titular do Insper, Laura Muller Machado, professora e coordenadora dos programas de pós-graduação em Gestão Pública do Insper, Lígia Lóss Corradi, Consultora em pesquisa socioeconômica, Samuel Franco, sócio-diretor da Oppen Social, e por Andrezza Rosalém, sócia-diretora da Oppen Social, autores do livro “Impacto da educação técnica sobre a empregabilidade e a remuneração”, que será lançado no dia 29 de novembro (quarta-feira), na sede do Insper, em São Paulo.

Outro destaque do estudo mostra que os egressos da EPTNM têm 5,5 p.p. mais chances de estarem no mercado de trabalho formal em comparação com os trabalhadores sem formação. Já as chances de emprego formal para egressos da formação técnica de nível médio são 6,2 p.p. maiores quando comparados com os que não concluíram o ensino superior.

Ao analisar os índices de taxas de ocupação, foi identificado que a formação profissional de nível médio aumenta em 6,8 p.p. a probabilidade de o indivíduo estar ocupado ou procurando trabalho quando comparado àqueles que possuem somente o ensino médio regular completo. O impacto também é maior entre aqueles que não possuem educação superior: a conclusão da EPTNM eleva a probabilidade de ocupação em 7,6 p.p. e a remuneração do trabalho em 18% para o grupo de indivíduos que concluíram apenas a educação básica. Além disso, a pesquisa mostra que o jovem que cursar ensino técnico terá ao longo da sua vida profissional uma remuneração, em média, 32% mais elevada do que a renda daqueles que concluem um ensino médio regular.

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Foto Mikhail Nilov

“Os profissionais egressos da EPTNM recebem remuneração até 12% maior em comparação com aqueles que concluíram somente o ensino médio. O que deveria ser aperfeiçoado é a complementaridade curricular. O curso técnico precisa ser valorizado e melhor aproveitado pela educação superior”, afirma o professor Ricardo Paes de Barros.

Por fim, os dados do estudo revelam que a conclusão de cursos técnicos não apenas aprimora as habilidades individuais, mas também reduz significativamente as chances de os egressos atuarem no segmento informal da economia. Esta constatação enfatiza a importância estratégica de promover e fortalecer programas de educação técnica, não apenas como meio de desenvolvimento pessoal, mas também como um eficaz instrumento na construção de uma força de trabalho cada vez mais qualificada.

“Há um potencial inegável na Educação Profissional e Tecnológica para transformar a vida das juventudes e, consequentemente, contribuir com o desenvolvimento socioeconômico do país. Recentemente foi aprovado o Marco Legal do Ensino Técnico, que projeta a construção de uma Política Nacional para os próximos dois anos. Precisamos avançar na elaboração conjunta dessa Política, para que possamos colocar a EPT em outro patamar, com ampla oferta qualificada para os jovens, garantindo retorno positivo em suas vidas”, avalia a superintendente do Itaú Educação e Trabalho, Ana Inoue.

Segundo Ricardo Henriques, superintendente-executivo do Instituto Unibanco, nós vivemos o desafio imenso de inserir nossos jovens no mercado de trabalho, mas também de fazer isso de uma forma que eles possam continuar crescendo e alcançando o máximo potencial como pessoas, trabalhadores e cidadãos.

Serviço

Lançamento do livro “Impacto da educação técnica sobre a empregabilidade e a remuneração”

Data: 29/11/2023
Horário: 18h00
Local: Sala José Ermírio de Moraes Filho – 1º andar – Prédio 1
Entrada: Rua Quatá, 300 – Vila Olímpia
Estacionamento: Rua Uberabinha, s/n – Vila Olímpia
Para mais informações e inscrições acesse o link.

Sobre o Insper

O Insper é uma instituição independente e sem fins lucrativos, que busca ser referência em educação e geração de conhecimento por meio do ensino de excelência e pesquisa nas áreas de Administração, Economia, Direito, Engenharia, Políticas Públicas, Tecnologia e Comunicação. No portfólio, cursos para várias etapas de uma trajetória profissional: graduação (Administração, Direito, Economia, Engenharia e Ciência da Computação), pós-graduação lato e stricto sensu (Certificates, MBAs, programas da área de Direito, Mestrados Profissionais) e Educação Executiva (programas de curta e média duração, e customizados de acordo com as necessidades das empresas). No âmbito da produção de conhecimento, o Insper atua por meio de cátedras e centros de pesquisa que reúnem pesquisadores em estudos e projetos dirigidos a políticas públicas, agronegócio, educação, inovação, finanças e gestão. A escola tem as certificações de qualidade da Association to Advance Collegiate Schools of Business (AACSB), Association of MBAs (AMBA) e Associação Nacional de MBA (Anamba).

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Por Maurício Espíndola