É preciso prestar atenção, pois nessa época a demanda é alta e serve como chamariz para os criminosos
“Apesar de ser mais prático, as compras pela internet nem sempre são seguras e podem gerar prejuízo para o consumidor”, diz Sylvia Bellio, que atua há anos com tecnologia e cibersegurança
Muitas pessoas aguardam ansiosamente pela chegada do Natal e pelas compras de fim de ano. Há o carinho em presentear entes queridos e a busca pelo presente ideal. A falta de tempo e/ou o transtorno faz com que muitos optem pelo e-commerce — que, desde a pandemia, tem se firmado e conquistado cada vez mais os consumidores pela variedade de produtos e serviços, com opções de pagamento e entregas rápidas.
Uma pesquisa feita pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas e pelo SPC Brasil, em parceria com a Offerwise Pesquisas, mostra levantamento sobre as compras de final de ano. Segundo os dados, “aproximadamente 133 milhões de consumidores devem ir às compras de Natal este ano, com previsão de injetar mais de R$ 74 bilhões na economia”.
Além dos consumidores, centenas de comerciantes do país aguardam ansiosamente por um dos períodos de maior rendimento do ano. Em 2022, o Brasil registrou um faturamento total de R$ 3,9 bilhões — é que demonstram os dados de um estudo da Neotrust.
“Mas, mesmo sendo mais prático, não quer dizer que é totalmente seguro, por isso é fundamental seguir algumas recomendações para evitar prejuízos”, alerta Sylvia Bellio especialista em cibersegurança.
Ainda de acordo com a especialista, que também é CEO e Co-fundadora da itl.tech — empresa eleita por quatro anos consecutivos o Maior Canal de Vendas Dell Technologies —, é preciso prestar atenção, pois nessa época a demanda é alta e serve como chamariz para os criminosos.
Apesar dos riscos, a especialista lembra que é possível aproveitar as promoções seguindo as medidas de segurança necessárias como ter senhas fortes e únicas nos sites de compras e aplicativos, e efetuar a instalação de um antivírus nos seus dispositivos. “Dá para passar longe dos mais diversos tipos de golpes e outros ataques cibernéticos”, diz.
Sylvia Bellio preparou 5 dicas de proteção para realizar as compras em segurança neste fim de ano. Confira a seguir:
- Cuidado com propagandas enganosas e desconfie de preços muito baixos: para chamar atenção dos consumidores basta ter produtos com preços muito baixos e descontos exorbitantes. “É preciso estar atento à movimentação do serviço ou produto, propagandas exuberantes ou preços mirabolantes. Duvide de valores muito abaixo da média e, para ter certeza, faça buscas do produto desejado em outras lojas antes de realizar a compra”, reforça a especialista.
- Se atente na hora de realizar transferências via PIX ou por meio de boletos bancários: o pix revolucionou a forma como transferimos dinheiro para outras contas, mas a chave de pagamento também pode ser uma cilada. “Confirme se a chave está correta, pois uma vez que o dinheiro sai da conta, não há como pegar de volta”, alerta. Há quem prefira utilizar boletos bancários, mas também deve se atentar na conferência de alguns dados como: nome da instituição, nome da empresa, data e, principalmente, valor a ser pago e código de barras.
- Nada de utilizar o cartão físico para compras na internet. Utilize cartão de crédito virtual: para proteger seus dados de vazamentos ou de ações maliciosas em lojas virtuais, utilize sempre o cartão de crédito virtual e, de preferência, os que expiram depois de um determinado tempo. “Ao utilizar a versão virtual, o cliente se protege de fraudes e previne maiores dores de cabeça, como o cancelamento do cartão físico e ação de criminosos”, explica.
- Exclua todos os dados pessoais que estão salvos e não passe informações sobre eles por telefone: sabemos que pode ser bem mais fácil deixar uma senha ou qualquer outra informação pessoal cadastrada em sites de compras, mas apesar da praticidade, isso pode representar um risco para a sua segurança. “Caso haja algum vazamento de informação, elas serão expostas e estarão disponíveis para os golpistas utilizarem”. Sylvia faz o alerta e recomenda sempre desabilitar as opções de guardar os dados pessoais. Hoje, é cada vez mais comum receber ligações para confirmar dados pessoais, muitos golpes são aplicados diretamente dessa forma. “Tenha em mente que os bancos nunca entram em contato para solicitar dados ou confirmar solicitações, então, em hipótese alguma, ofereça seus dados e informações pessoais”.
- Não acesse links estranhos e verifique se as lojas são seguras: por último, mas não menos importante, a especialista alerta sobre alguns detalhes que devem ser avaliados antes de realizar uma compra online. “É fundamental se atentar na hora de abrir qualquer link, principalmente se ele for suspeito. Sabemos que um site é seguro quando ele apresenta a certificação digital (SSL) no início da barra no navegador, representado pelo ícone de um cadeado”, ressalta.
Algo que pode ser simples, mas muito eficaz, é buscar por avaliações e também a reputação da loja virtual em plataformas de atendimento ao consumidor, como o ReclameAqui! e o Consumidor.gov.br. “Verifique os links, e veja se eles possuem algum caractere diferente, se apresenta o certificado https e se possui boas avaliações”, finaliza Sylvia.
Por Julia Gonzales