Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que alcançamos o patamar mais elevado em termos de sanidade animal
Nesta quinta-feira (2), o governo federal anunciou que o Brasil alcançou o status de país livre de febre aftosa sem a necessidade de vacinação animal. O comunicado foi feito pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin. Essa autodeclaração sucede o término da última campanha nacional de imunização contra a febre aftosa em 12 unidades federativas e parte do Amazonas.
“O Brasil alcançou um novo patamar de excelência em sanidade animal, tão almejado. Os mercados mais exigentes e lucrativos agora estarão abertos para o Brasil”, celebrou Fávaro.
Ele explicou que essa medida pavimenta o caminho para que o Brasil possa exportar carne bovina para países como Japão e Coreia do Sul, os quais só importam de mercados livres da doença e sem a necessidade de vacinação.
“Este é um dia histórico, pois o Brasil sempre aspirou a ser reconhecido como um país livre de febre aftosa sem a necessidade de vacinação, um estágio avançado em termos de sanidade animal e segurança agropecuária”, afirmou o vice-presidente Geraldo Alckmin.
A próxima fase envolve a submissão da documentação à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), a única entidade com autoridade para conceder o novo status sanitário ao país.
Para receber a declaração de país livre de febre aftosa sem vacinação, a OMSA exige a suspensão da vacinação contra a febre aftosa e a proibição do ingresso de animais vacinados nos estados por pelo menos 12 meses. O Brasil planeja apresentar a solicitação em agosto deste ano. O resultado, se aprovado, será anunciado em maio de 2025, durante a assembleia geral da entidade.
Atualmente, apenas os estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e do Mato Grosso têm o reconhecimento internacional como zonas livres de febre aftosa sem vacinação pela OMSA.
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, mais de 244 milhões de bovinos e bubalinos em cerca de 3,2 milhões de propriedades deixarão de ser vacinados contra a doença, resultando em uma economia direta de mais de R$ 500 milhões apenas em custos de vacinação.
O ciclo de vacinação de bovinos e bubalinos contra a febre aftosa no Brasil começou há mais de 50 anos, e o último caso registrado da doença foi em 2006. O fim da vacinação exigirá protocolos mais rigorosos de controle sanitário por parte dos estados, destacou o ministro Carlos Fávaro.
A carne é o quarto principal item da pauta de exportações brasileiras, ficando atrás apenas da soja, petróleo bruto e minério de ferro.