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ONU critica ataques a jornalistas e envolvimento de militares na política no Brasil

A alta comissária da ONU (Organização das Nações Unidas) para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, fez um discurso crítico ao Brasil na abertura do Conselho de Direitos Humanos da ONU nesta 2ª feira (14.set.2020), em Genebra, na Suíça. Ela citou o crescente envolvimento militar nos assuntos públicos do Brasil e ainda denunciou os ataques a jornalistas e ativistas no país.

“No Brasil, assim como no México, El Salvador e em outros lugares, estamos vendo um maior envolvimento dos militares nos assuntos públicos e na aplicação da lei. Embora eu reconheça o contexto desafiador da segurança, qualquer uso das forças armadas na segurança pública deve ser estritamente excepcional, com supervisão eficaz”, disse.

“Estamos recebendo relatos de violência rural e despejos de comunidades sem terra no Brasil, bem como ataques a defensores dos direitos humanos e jornalistas, com pelo menos 10 assassinatos de defensores dos direitos humanos confirmados este ano”, afirmou a ex-presidente do Chile.

Bachelet destacou o esvaziamento dos conselhos, conferências e demais espaços de participação social como 1 sinal de enfraquecimento da democracia brasileira.

A rare view of the Manhattan skyline from Roosevelt Island, with the United Nations building in the foreground and the Empire State and Chrysler buildings visible.
Nações Unidas estão de olho nos direitos humanos no Brasil. Foto Unsplash

“A contínua erosão dos órgãos independentes de consulta e participação das comunidades também é preocupante. Peço às autoridades que tomem medidas fortes para garantir que todas as decisões sejam fundamentadas nas contribuições e necessidades de todas as pessoas no Brasil”, disse.

No discurso, a alta comissária da ONU ainda afirmou que o caminho para uma recuperação sustentável do Brasil e de outros países da América Latina passa pela redução das desigualdades na região.

“A única maneira de construir uma recuperação sustentável será combater as causas profundas das desigualdades, da exclusão e da discriminação. Também será crucial fortalecer a democracia e salvaguardar os direitos humanos em resposta aos crescentes níveis de violência em toda a região”, apontou.

Por Poder 360