Impulsionada pelo agronegócio, Campo Grande alcança 5ª posição em faturamento no mercado de franquias

Foto Bruno Mooca

Dados foram divulgados em um estudo da Associação Brasileira de Franquias (ABF)

Campo Grande ocupa o quinto lugar entre as 30 cidades brasileiras que mais cresceram em faturamento no mercado de franquias no primeiro semestre de 2024. Os dados, divulgados em um estudo da Associação Brasileira de Franquias (ABF), mostram o avanço das operações no município, refletindo uma gestão estratégica e a força do agronegócio como vetor econômico.

A Capital sul-mato-grossense registrou um faturamento de R$ 736.718.532 no período, um aumento expressivo de 20,85% em relação aos R$ 609.633.389 do mesmo período de 2023. Além disso, o estudo aponta que cidades como Campo Grande e Uberlândia (MG), sexta colocada no ranking, foram impulsionadas diretamente pelo setor agropecuário.

Um dos grandes destaques que contribuíram para a performance de Campo Grande é a Agroneri Franchising, empresa especializada em soluções de irrigação, e recentemente destacada na revista Agro100 da Forbes. Originária de Iguatemi (MS), a empresa mudou sua sede para a Capital, atraída pela Lei das Franquias, que reduziu a alíquota do Imposto Sobre Serviços (ISS) de 5% para 2% para empresas franqueadoras.

“O incentivo para franqueadora de 2% é muito bom. Esse valor é muito bom para o empresário. Esta semana, por exemplo, recebemos dois franqueados nossos do Pará. Olha bem o que é um franqueador! Eles passaram mais de uma semana aqui. O franqueador gira a economia, porque ele movimenta o aeroporto, movimenta o uber, movimenta o restaurante, o shopping, fora o ISS que esse franqueado vai gerar para Campo Grande”, explica o CEO da empresa, Rômulo Neri.

Empresário Rômulo Neri durante participação na Expogrande

O faturamento de Campo Grande também foi responsável por quase metade do faturamento do setor de franchising em todo o Mato Grosso do Sul. Enquanto o estado acumulou R$ 1.651.579.619,36 de faturamento, a Capital agregou R$ 736.718.532,00. Campo Grande também é responsável pela maior fatia dos franqueados em MS, com 1.259 operações do total de 2.761 unidades registradas. Só de empregos diretos, foram 10.878 pessoas trabalhando no setor no período.

Mais do que atrair empresas, a Capital, com a Lei das Franquias, agora tem o potencial de levar seu nome e suas marcas para todo o país e até fora dele. Só a Agroneri, por exemplo, que acabou de trazer seu CEP para Campo Grande, está presente em 14 estados brasileiros, além de manter negócios no Uruguai, Colômbia e França.

Para Tom Moreira Leite, presidente da ABF, “o crescimento nominal do setor de franquias no país, mantido na casa dos dois dígitos neste segundo trimestre, além de reafirmar a resiliência e confiança no mercado brasileiro por parte das redes, é um reflexo da recuperação econômica pós-pandemia e do aumento do consumo, além da capacidade de adaptação das franquias às novas demandas do mercado, como a digitalização e a oferta de serviços diversificados. A franchising é, de fato, uma alternativa sólida para os empreendedores, oferecendo a eles modelos de negócios mais seguros, com treinamento, suporte e toda infraestrutura das empresas franqueadoras, o que é particularmente atrativo em tempos de volatilidade”.

Outro ponto positivo de Campo Grande é sua localização geográfica. Neri, que é paranaense, veio para o Mato Grosso do Sul após se casar com Eveline Neri, natural de Iguatemi (MS). Ele conta que, ao iniciar a franqueadora, percebeu que localizar melhor a empresa, geograficamente, no Brasil, era essencial para escalar sua rede de franquias e negócios. “Vimos a possibilidade de expansão muito forte e entendemos que Iguatemi dificultava nossa logística, além de não termos nenhum incentivo fiscal. Pensamos em Goiânia e em Campo Grande, mas, como em 2023 participamos da Expogrande, com um dos maiores estandes da feira, e geramos mais de 8 milhões em negócios durante o evento, começamos a ver uma possibilidade melhor de vir para Campo Grande”, explicou.

Campo Grande, inclusive, é a capital da Rota Bioceânica. A expectativa é que o corredor incentive as trocas comerciais, com a redução de até 12 dias no transporte de cargas para a Ásia, gerando mais competitividade econômica para os empresários locais.

Por PMCG