CLÁSSICO DA SEMANA

Por José Ribas Woitschach

O criminoso Pike Bishop está prestes a cometer seu último roubo antes de se aposentar. Ao lado de sua gangue, que inclui o holandês Engstrom e os irmãos Lyle e Tector Gorch, Pike descobre que o assalto é uma armadilha orquestrada por seu antigo parceiro, Deke Thornton. O bando busca refúgio em território mexicano, mas é logo encontrado, dando início a uma série de tiroteios com muitas fatalidades.”

Esta é a sinopse que acompanha a ficha técnica do filme “Meu ódio será sua herança” (original The Wild Bunch) do genial diretor Sam Peckinpah.

Como já aponto, o meu interesse é mostrar o que muitos não sabem: o filme como um marco do cinema falado e em cores. Até então, Hollywood produzia faroestes nada realistas e com uma dose de romantismo inverossímil.
Pickinpah, transcende o que estava posto, mostra uma nova forma de fazer cinema. Adepto do realismos, em “Meu ódio será sua Herança”, inovando e causando estranheza ao público, o diretor, não economizando “ketchup”, em cenas de tiroteio, mostra pela primeira vez no cinema, sangue resultante de um tiro de arma de fogo. Antes, o bandido ou o mocinho alvejado, simplesmente caia em tombos, saltos e quedas de cavalos espetaculares, ou apenas encolhia o corpo, colocando a mão sobre o suposto ferimento e desfalecia.

Na história, longe de ser “o bem contra o mal” que o gênero faroeste era prodígio em mostrar, Sam mostra traição, cobiça e política de interesses. Se todos que assistiram Kill Bill, do também genial Quentin Tarantino, e o banho de sangue da trilogia, saibam que o gênio criador foi Sam Pickinpah. Um filme fantástico que vale a pena assistir e quem já havia assistido, fazê-lo de novo mas percebendo o por que ele foi tão importante em Hollywood.