Foi de goleada

Foto Sérgio Lima

“Eleição foi uma derrota do bolsonarismo”

O EL PAÍS Brasil fez nesta segunda-feira um debate sobre os cenários políticos decorrentes do resultado das eleições 2020, com Andrei Roman, diretor do Atlas Político, e Renato Meirelles, diretor do Instituto Locomotiva. Os dois analistas fizeram um balanço das municipais de olho nas reverberações que este pleito deve ter na disputa presidencial de 2022. “Foi uma declaração de independência do eleitor brasileiro”, disse Roman, vendo nos resultados de domingo uma rejeição tanto dos dois anos “caóticos” de Governo Bolsonaro como das velhas ideias da esquerda petista, ainda baseada na rememoração dos anos Lula. “Há competitividade na política brasileira”, segue ele.

”O sentimento antiestablishment perde força. Os vencedores foram os que trouxeram o debate eleitoral para o cotidiano das pessoas”, pondera Renato Meirelles, lembrando que, na sua visão, “o conceito de direita e esquerda está muito mais presente na cabeça dos comentaristas políticos do que numa tarefa maior da população.”

Candidatos apoiados pelo presidente tiveram resultados pífios. Foto Marcelo Camargo/AgBr

Para ambos, ainda é cedo para falar sobre quem se cacifou para 2022. Apesar do enfraquecimento de Bolsonaro, Meirelles vê o presidente ao menos no segundo turno e aposta que a principal política que está fazendo sua base de apoio mudar de perfil atraindo os mais pobres, o auxílio emergencial, vai continuar. Roman, por sua vez, diz que o pleito foi uma oportunidade para a esquerda se reorganizar também nos plano das ideias.

O cientista político Andrei Roman tem doutorado em Harvard e fundou o Atlas Político com o estatístico Thiago Costa, ainda quando os dois estudavam na universidade norte-americana. Renato Meirelles é especialista em consumo e opinião pública e fundador dos institutos de pesquisas Data Favela e Data Popular. O Instituto de Pesquisa Locomotiva, que ele dirige, elabora estratégias e ações para empresas públicas e privadas.

Por El País