Produtor pantaneiro terá R$ 180 milhões do FCO em 2021 para recuperar pecuária da região
O produtor rural do Pantanal terá uma linha de financiamento no FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) em 2021 com R$ 180,5 milhões para auxiliar na recomposição das atividades econômicas da região que foram prejudicadas pela estiagem severa e pelas queimadas ocorridas no bioma ao longo de 2020. A destinação desse recurso, que pode ser utilizado por 5 mil produtores pantaneiros, foi aprovada por unanimidade na 14° reunião ordinária do Condel/Sudeco (Conselho Deliberativo do Desenvolvimento do Centro-Oeste) em atendimento à proposição feita pelo governador Reinaldo Azambuja.
O secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) reforça que a proposição feita pelo Governo do Estado para a aprovação no Condel atendeu solicitação dos produtores rurais da região pantaneira. “Nós já vínhamos trabalhando a implantação dessa linha juntamente com os produtores do Pantanal. Tanto a Famasul, quanto o Sindicato Rural de Corumbá nos demandaram para apresentar essa proposta com uma linha específica para a região pantaneira, a fim de atender aos produtores ao longo de 2021”, afirmou.
O trabalho a partir de agora é garantir que o Banco do Brasil, principal instituição operadora do FCO no Estado, inicie o ano de 2021 já em condições de atender aos produtores pantaneiros que desejarem o recurso do Fundo para recompor suas atividades. “Agora, todo o nosso foco será a operacionalização dessa linha. Estamos fazendo um trabalho junto ao Banco do Brasil para que, a partir de janeiro, ela já esteja disponível. Também devemos nos reunir em Corumbá e Ladário para apresentar essa linha aos produtores rurais”, diz Jaime Verruck.
Conforme levantamento feito pela Semagro, em Mato Grosso do Sul são 5.821 produtores pantaneiros de bovinos, responsáveis pela criação de 3,2 milhões de cabeças que podem ser beneficiados com a linha do FCO. São propriedades rurais localizadas em 9 municípios da planície do Pantanal (Aquidauana, Bodoquena, Corumbá, Coxim, Miranda, Sonora, Porto Murtinho, Ladário e Rio Verde de Mato Grosso), que foram incluídos espaço prioritário pela Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR.
“A destinação desse recurso específico para a região do Pantanal, bem como todas as mudanças defendidas pelo Governo do Estado e aprovadas no âmbito do Condel representam uma importante política de fomento à produção pecuária do Pantanal. Essas medidas, aliadas a outros projetos estratégicos, permitem a preservação do bioma de forma inovadora e valorizam o produtor pantaneiro”, finaliza Jaime Verruck.
Recuperação das atividades econômicas da região
Atividade econômica que se destaca no Pantanal, as áreas de pecuária foram afetadas de forma severa pela seca e pelas queimadas em 2020. “Em função da falta de água e de pasto, os animais necessitam de alimentação, o que demanda recursos do produtor, além da necessidade de outros investimentos, como recomposição de cerca, compra de equipamentos, entre outros”, informa o superintendente de Indústria, Comércio e Serviços da Semagro, Bruno Bastos.
O superintendente lembra também que, para essa linha de financiamento do FCO, foi elevado o percentual de limite financiável para investimento. “A instituição financeira pode financiar até 100% do valor total do projeto de investimento de produtores de até médio porte (renda bruta anual até R$ 90 milhões). Já para os grandes produtores, o limite é de 80%”, informa.
Também foi aprovada a ampliação da quantidade de matrizes passiveis de serem retidas (financiadas), de 2000 para 2500 matrizes por beneficiário, englobando: custeio para a suplementação alimentar dos animais; investimentos para a reforma de pastagem, bem como benfeitorias, principalmente a reconstrução de cercas; e abertura emergencial de poços para a dessedentação dos animais.
No caso das áreas atingidas por queimadas, que tiveram as pastagens deterioradas, o financiamento da retenção de matrizes deverá ser realizado junto com o investimento para a reforma de pastagens e benfeitorias necessárias. O objetivo é deter áreas de pastagens, com potencial que permita a evolução da atividade.
Por Marcelo Armôa, Semagro