O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), disse que recebeu com estranheza e indignação a conclusão do inquérito da Polícia Federal que o acusa de três crimes. Segundo o jornal O Globo, ele foi indiciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa no recebimento de supostas propinas da JBS.
Azambuja disse que se trata de uma denúncia antiga, baseada em delações premiadas sem qualquer credibilidade e provas.
Segundo o jornal O Globo, o inquérito foi aberto com base na delação premiada de executivos do grupo J&F e na investigação da operação Vostok, de 2018.
O inquérito investigou o recebimento de propina em troca de incentivos fiscais concedidos ao aos frigoríficos da JBS. A JBS é controlada pela J&F.
De acordo com o jornal, Azambuja foi indiciado pelo recebimento de propinas da JBS que totalizaram R$ 67 milhões e teriam provocado um prejuízo de R$ 209 milhões aos cofres públicos do estado.
A PF concluiu que as “propinas foram pagas por meio de dinheiro vivo, repasses da JBS a um frigorífico que gerava notas fiscais frias e, por último por doações eleitorais oficiais, entre os anos de 2014 e 2016”, no primeiro mandato do governador.
Também “segundo a investigação, o governador entregava pessoalmente à JBS as notas fiscais frias, que serviriam para dissimular os pagamentos de propina” Além do governador, o filho dele, Rodrigo Souza e Silva, e outras 20 pessoas também foram indiciadas.
Agora caberá a Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir, com base nas provas obtidas, se apresenta denúncia contra Azambuja.
A J&F não quis se pronunciar.
Confira a integra da nota do governador Reinaldo Azambuja:
O governador Reinaldo Azambuja recebeu com estranheza e indignação a conclusão do inquérito.
Trata-se de denúncia antiga, baseada em delações premiadas sem qualquer credibilidade e provas, que vêm sofrendo, em casos diversos no País, inúmeros questionamentos judiciais quanto à sua procedência e consistência.
Passados três anos de inquérito tramitando no STJ, não foi possível concluir ou ao menos indicar de que forma o governador teria praticado qualquer tipo de ilícito.
Desde a Operação Vostock, realizada de forma midiática e exorbitante, bem no meio da campanha eleitoral de 2018, não se conseguiu produzir uma única prova de que tenha recebido qualquer tipo de vantagem indevida da JBS.
Neste caso, é importante pontuar que a própria empresa confessou que os termos de acordo para benefícios fiscais do estado não estavam sendo cumpridos e aderiu a programas de recuperação fiscal, bem como efetuou o pagamento de valores devidos a título de imposto, de modo que não houve dano ao Erário, nem tampouco qualquer ato de corrupção praticado.
Com o fim do inquérito, o governador Reinaldo Azambuja entende que , em processo com ampla defesa, demonstrará a improcedência de todas as acusações a ele dirigidas.
Reinaldo Azambuja
Governador do Estado de Mato Grosso do Sul
Fonte: G1 MS