Pagando os pecados

Marcelo Crivella é preso no Rio de Janeiro

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), foi preso na manhã desta 3ª feira (22.dez.2020) em operação do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e da Polícia Civil.

A prisão foi realizada antes das 6h em sua casa, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense. Contando com esta 3ª feira, Crivella tem mais 10 dias de mandato à frente da Prefeitura. Em novembro, perdeu a eleição municipal para o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM).

Ao chegar à Cidade da Polícia, no bairro do Jacarezinho, na zona norte do Rio, Crivella falou rapidamente com jornalistas. O prefeito disse que a prisão é resultado de “perseguição política” e que seu governo foi “o que mais atuou contra a corrupção”

A ação é um desdobramento da operação Hades, que investiga um suposto “QG da Propina” na Prefeitura do Rio de Janeiro. Também foram presos:

Rafael Alves, empresário suspeito de ser chefe do esquema e irmão de Marcelo Alves, ex-presidente da RioTur;

Fernando Moraes, delegado aposentado e ex-vereador no Rio de Janeiro;

Mauro Macedo, ex-tesoureiro da campanha de Marcelo Crivella.

Eduardo Lopes (Republicanos), que foi senador pelo Rio de Janeiro ao herdar vaga de Crivella, é um dos alvos, mas ele ainda não foi encontrado.

Em 10 de setembro, a Polícia Civil do Rio de Janeiro e o MP-RJ cumpriram mandados de busca e apreensão na Prefeitura do Rio, no Palácio da Cidade, e na casa de Crivella. O político teve o celular apreendido.

A investigação ocorre com base em delação premiada do doleiro Sérgio Mizrahy, preso na operação Câmbio Desligo, desdobramento da Lava Jato fluminense.

Foi o doleiro que mencionou o termo “QG da Propina” ao se referir ao esquema durante a delação. Ele não soube dizer se Crivella sabia da existência da estrutura.

Segundo Mizrahy, o esquema tinha como operador Rafael Alves, nome forte na Prefeitura, apesar de não ter cargo oficial. Ele é irmão do ex-presidente da Riotur, Marcelo Alves –os 2 foram os principais alvos dos mandados de março na operação Hades.

De acordo com as investigações, empresas que tinham interesse em fechar contratos ou tinham dinheiro para receber da Prefeitura do Rio entregavam cheques a Rafael Alves. Em troca, ele facilitaria a assinatura dos contratos e o pagamento das dívidas.

Por Paulo Motoryn – Poder360