Destruição de florestas tropicais cresceu 12% em 2020, diz ONG. Brasil é o líder no desmatamento
A área destruída em florestas tropicais virgens no mundo aumentou 12% em 2020, apesar da crise econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus, segundo relatório divulgado nesta quarta-feira (31) pelo serviço de monitoramento Global Forest Watch (GFW).
Segundo a plataforma, 4,2 milhões de hectares desse tipo de ecossistema desapareceram no ano passado, o equivalente ao território dos Países Baixos. Em números absolutos, a maior perda foi registrada no Brasil, com 1,7 milhão de hectares queimados ou desmatados – o país abriga a maior parte da Amazônia, principal floresta tropical do planeta.
“O Brasil, que tinha alcançado uma grande redução no desmatamento da Amazônia, agora está vendo esse sucesso se perder, e isso é de partir o coração”, disse Frances Seymour, do Instituto de Recursos Mundiais, que está por atrás do relatório.
Em seguida aparecem a República Democrática do Congo (490 mil hectares) e a Bolívia (300 mil hectares).
De acordo com o GFW, a indústria madeireira é a principal causa de destruição de florestas virgens na América Latina e no Sudeste Asiático, enquanto na África a agricultura é o fator preponderante. No entanto, pesquisadores também apontaram calor extremo e seca como motivos de grandes incêndios florestais na Austrália, na Sibéria e na Amazônia.
Ainda segundo o Global Forest Watch, a destruição de florestas virgens provocou em 2020 a emissão de 2,64 bilhões de toneladas de CO2, gás causador do efeito estufa, o equivalente à poluição gerada por 570 milhões de automóveis em um ano.
O estudo também apontou que a pandemia pode ter tido um efeito negativo sobre as florestas, com o aumento de cultivos ilegais devido à redução das proteções ambientais e o retorno de grandes quantidades de pessoas a áreas rurais.
No entanto, o GWF diz que a trajetória de destruição de florestas virgens é anterior à pandemia e alerta que o pior ainda “pode estar por vir”, caso os países reduzam as proteções ambientais para acelerar o crescimento econômico.
Por ANSA