Sustentabilidade é um termo que pode ser aplicado à muitas esferas da vida, mas foi em 1972, durante a Primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, que ele ganhou complemento e virou sustentabilidade ambiental.
Como escreveu o jornalista, poeta e crítico literário José Geraldo Nogueira Moutinho um ano depois, “somos todos filhos da poluição, da agressividade e do desentendimento”. É o preço que pagamos basicamente pelo tão desejado – por quem? – desenvolvimento econômico.
E se todos somos desta grande família, a tal Primeira Conferência feita lá em Estocolmo, na Suécia, chegou à conclusão que a responsabilidade em relação à preservação de tudo o que nos rodeia é compartilhada.
A sustentabilidade ambiental é nada menos que encontrar formas de interagir responsavelmente com o planeta pensando que os recursos naturais são finitos e que precisam ser preservados. E não é que precisamos cuidar para nós mesmos. É sobre garantir a existência das nossas gerações futuras.
Ora, mas se a água pode acabar e sem água nós não vivemos, esse é um recurso para ser usado com parcimônia. O mesmo vale para as florestas. Sem elas, não existe o controle de temperatura do mundo, oferecer o ar que respiramos, casa para inúmeras espécies, além de ser fonte do fornecimento de madeiras, combustíveis, alimentos e matérias-primas necessárias para nossa vida moderna.
Sustentabilidade ambiental: a força do conceito
O conceito firmado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU) fala exatamente sobre nossa atuação para garantir que as gerações futuras tenham os recursos naturais disponíveis para viver.
Podemos somar a essa definição as variáveis não-econômicas, como educação e saúde, ar e água limpos e a proteção da beleza natural. Assim, a sustentabilidade ambiental englobaria nossa capacidade de melhorar a qualidade de vida levando em consideração a capacidade de suporte dos ecossistemas de suporte da Terra, como bem definiu a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).
Mas, afinal, ainda é possível viver respeitando a sustentabilidade ambiental?
Sim! Mas estamos atrasadíssimo e precisando correr atrás do prejuízo. Depende muito mais da tomada de ações imediatas tanto de governos quanto da sociedade civil, entendendo algo que vem sendo falado há anos, mas não custa lembrar: nada é para sempre e não existe “jogar fora”.
Agora, é na forma de conciliar o desenvolvimento econômico com a sustentabilidade ambiental que está o grande desafio. A busca pela sustentabilidade requer a articulação entre três “registros ecológicos” do meio ambiente, das relações sociais e da subjetividade humana – como bem explicou Guattari.
O fato é que se faz necessária uma articulação ético-política entre as dimensões de mercado, aparatos tecnológicos eficientes e revolução social e cultural. Combinados, esses fatores podem reorientar a produção de bens materiais e imateriais, reconciliando o crescimento econômico com as formas de desenvolvimento sustentável.
A importância da política e da cultura para a sustentabilidade é evidente. A decisão política fica responsável por seguir caminhos coerentes entre o que é esperado e a prática adotada – falar e de fato fazer. Já olhando para a cultura, que pode ser da sociedade ou dentro de uma empresa, fala sobre o comportamento, com suas limitações e peculiaridades, respeitando as diferenças e características locais.
Na prática, não podemos mais fingir que não está acontecendo nada. Ou nos conscientizamos e reconhecemos a importância do desenvolvimento sustentável, ou terminaremos com terras pobres, águas imundas e, claro, uma série de pandemias para lidar no futuro.
Por Hypeness