TIE-DYE: A MAIS NOVA (OU NEM TANTO) TENDÊNCIA DO MUNDO DA MODA

Foto Karol Olson/ Pixabay

Por que o tão famoso colorido dos anos 60 teve seu come back na moda moderna? Por que seu retorno foi tão intenso? Tudo isso tem uma explicação.

A Vogue declarou o tie-dye uma das grandes tendências do verão de 2019. Foi um fato que, nas últimas temporadas, apareceu em todos os lugares, desde marcas do mercado de massa, como C&A, Forever 21 e outras grandes redes de fast fashion. Até em luxuosas passarelas, como de Prada, Stella McCartney e Michael Kors. Contudo, cabe o questionamento do porquê desse retorno tão significativo.

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Primeiramente é necessário entender que o tie-dye tem uma história que vai muito além da cultura hippie. A técnica surgiu na Índia, mais de 4mil anos antes de Cristo, recebendo o nome de Bandhani, o que em Sanscrito significa “amarrar”. Essa se baseia na cobertura de alguns pedaços de tecido com linhas, pedras e sementes para auxiliar na criação dos padrões geométricos. A segunda técnica mais antiga é o Shibori, que nasceu no Japão há mais de 13 séculos. Nessa técnica, a manipulação do tecido pode ser feita de diferentes formas (torcido, dobrado, costurado, amarrado…). Todas tem o objetivo de impedir a penetração total do corante nas roupas para criar diferentes estampas. A técnica é usada na região até hoje, principalmente em tons de azul.

Enfim, chega o momento mais conhecido. No final dos anos 60, o movimento hippie resgatou essa técnica milenar e o nomeou de tie-dye, que no inglês significa amarrar e tingir. Este virou assim o emblema do movimento, que buscava algo totalmente diferente da moda careta dos anos 60 e valorizava a individualidade que a estampa proporcionava. Artistas populares como Jimi Hendrix e Janis Joplin, símbolos da época, abusavam do tie dye, visto que para aqueles que se identificavam com a cultura hippie, a tendência representava uma rejeição dos costumes morais da sociedade da época e uma ânsia por liberdade e algo novo.

Com o tempo o tie-dye foi saindo de moda, ressurgindo brevemente no final dos anos 90, início dos anos 2000 com os clubbers. Este ressurge forte nas passarelas em 2018, por conta do resgate de tendências do final dos anos 90 e também porque seu posto como emblema de um movimento que clamava por liberdade, igualdade e rejeitava valores ultraconservadores da sociedade se encaixava perfeitamente com o cenário. Nesses motivos podemos explicar o porquê a estampa bombar tanto.

Versatilidade, ousadia, charme, sem perder a elegância. Tem pra todo gosto. Foto GS S/Pixabay

Tendo isso tudo em mente podemos entrar agora na parte estética e de estilo, que é muito mais abrangente do que imaginamos. O tie-dye é, acima de tudo, uma tendência versátil. Pode estar presente em diversas peças do guarda-roupa e em diferentes estilos. Tudo hoje pode receber a estampa, vestidos, meias, acessórios de cabelo, tênis, etc, Assim conseguimos ir além da comum T-shirt colorida e diversificar seu uso.

São muitas as pessoas que dizem não conseguir adaptar a tendência ao seu estilo, a dificuldade consiste em não saber que o tie-dye pode e deve ser dosado de acordo com as necessidades pessoais. Sendo feito, por exemplo, em tons mais sóbrios para funcionar em ambientes corporativos, feito em tons pastéis para aqueles que preferem um visual mais clean e básico, e até mesmo em uma padronagem diferente da famosa espiral para ornar com o seu estilo próprio.

O estilo tie-dye é unissex Foto Hifencamisetas Pixabay

Outro ponto importante de mencionar é o fato do tie-dye ser uma estampa unissex. Qualquer um pode abusar da tendência e utilizá-la em seus looks.

Dessa forma, seja vestindo tie-dye da cabeça aos pés, seja apenas utilizando em algum detalhe, é certo que o visual ganha muito potencial. Assim aproveitem que é algo fácil de confeccionar, bastando alguns elásticos e frascos de tinta, Soltem a criatividade. É uma tendência certeira, carregada não somente de estilo mas de significado e associações.