O futuro mais limpo

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Foto Mike

A economia de carbono zero será mais justa, inclusiva e resiliente

Colocar diversos atores para atuarem juntos pela grande causa comum do clima é a expertise do britânico Nigel Topping, nomeado pela ONU um dos Campeões de Alto Nível do Clima (High-Level Climate Champions) para a COP26, a Cúpula das Nações Unidas sobre o Clima, que acontecerá em novembro, na Escócia.

Ele já foi CEO da We Mean Business, coalizão de empresas que trabalham para acelerar a transição para uma economia de carbono zero, e diretor-executivo do Carbon Disclosure Project, que auxilia empresas e cidades a divulgarem seu impacto ambiental. “Nossa decisão em 2021 de entrar no caminho do carbono zero até 2050 terá gerado cerca de US$ 26 trilhões a mais em benefícios econômicos e 35 milhões de empregos a mais entre 2020 e 2030”, disse ele em entrevista à Época NEGÓCIOS.

Nigel Topping. Foto NurPhoto/AFP

Qual o ritmo de adesão das empresas com relação a medidas contra as mudanças climáticas?

Por meio da nossa campanha Corrida para Zero [lançada em 2020], pelo menos 1,4 mil grandes e pequenas empresas se comprometeram a zerar emissões líquidas até 2050. Isso inclui as companhias brasileiras Natura, Movida, Klabin, Grupo Malwee, Banco do Brasil, Ambev e Fama Investimentos, e as cidades do Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.

Qual é o papel da inovação no combate à crise climática?

Alguns anos atrás, organizações como a Agência Internacional de Energia previam que os motores de combustão interna ainda estariam sendo vendidos em 2070. Agora, governos, incluindo o Reino Unido e a Califórnia, proibiram as vendas já em 2030.

Pessoalmente, como prevê o mundo em 2050?

A economia de carbono zero será profundamente mais justa, mais inclusiva e mais resiliente do que a de hoje. Os impactos da mudança climática serão piores em 2050 do que são agora — porque, infelizmente, parte do aquecimento global já está embutido em nosso futuro devido aos gases de efeito estufa que ainda estamos emitindo —, mas acredito que teremos agido rápido o suficiente para limitar esse aquecimento.

Por Marina Monzillo – Época Negócios