Agricultores que fazem parte de programas ambientais mais exigentes podem receber prêmios
O Parlamento Europeu adotou nesta terça-feira (23) uma nova Política Agrícola Comum (PAC), apesar da oposição dos ambientalistas e de uma parte da esquerda, que consideram que não está à altura das ambições ambientais da União Europeia (UE).
Reunidos em sessão plenária em Estrasburgo, os eurodeputados se pronunciaram sobre três textos que regem este programa.
O grupo dos Verdes votou contra os três textos, assim como uma parte dos social-democratas (S&D) e a maioria da esquerda radical.
Essa nova política agrária, que será aplicada a partir de janeiro de 2023, conta com um orçamento de 387 bilhões de euros (472 bilhões de dólares) até 2027 – cerca de um terço do orçamento plurianual da UE – dos quais 270 bilhões de euros iriam para ajudas diretas aos agricultores. A França é o principal país beneficiado.
A reforma pretende conceder prêmios aos agricultores que fazem parte de programas ambientais mais exigentes, com técnicas mais ecológicas ou que contribuem para melhorar o bem-estar dos animais.
Os Estados deverão destinar uma média de 25% por ano aos pagamentos diretos a esses “eco-regimes” entre 2023 e 2027, com a possibilidade de dedicar 20% nos dois primeiros anos.
“É algo inédito”, disse o eurodeputado alemão Peter Jahr (PPE, direita), que apresentou um dos textos.
Segundo ele, é um programa “mais sustentável, mais transparente e mais previsível”.
Nesse sentido, o comissário europeu para a Agricultura, Janusz Wojciechowski, apontou que era “um bom resultado que permitirá à PAC garantir uma transição para uma agricultura mais sustentável”.
No entanto, segundo o eurodeputado ambientalista lituano Bronis Rope, essa “nova PAC não permite resolver as desigualdades sociais nem alcançar os objetivos de proteção do meio ambiente”.
Os Verdes exigiam um sistema “em coerência” com as metas europeias de biodiversidade e segurança alimentar.
Após o voto de terça-feira, essa nova política agrária ainda precisa da aprovação formal dos Estados-membros.
Por AFP