Confira e tire suas dúvidas
Com a enxurrada de informações que brasileiros enfrentaram durante a pandemia causada pela Covid-19, mães e pais de crianças pequenas foram muito afetados pelas dúvidas sobre o que fazer, principalmente em relação as vacinas infantis liberadas tardiamente. Neste momento, a saída encontrada por muitas famílias foi recorrer ao Google para tentar achar as respostas sobre o tema.
A plataforma divulgou, em lista obtida pelo G1, as dez perguntas mais buscadas relacionadas à vacinação infantil contra o coronavírus. Dentre elas, filtramos as repetidas e respondemos a seguir, as mais relevantes. Você ainda pode conferir nos links, mais a fundo, todos os conteúdos apurados pelo Bebê sobre cada uma das questões.
1. O que precisa levar para vacinar as crianças?
Basicamente, para que a imunização do pequeno seja realizada, deverá ser apresentado um documento com foto e que conste o CPF dele. A criança deve estar acompanhada por um de seus responsáveis – também com seus documentos pessoais – ou por um adulto portando um documento que comprove que os pais estão de acordo com a imunização.
Algumas cidades estão solicitando também um pré-cadastro no site indicado pela prefeitura, cartão do SUS, comprovante de residência e a carteirinha de vacinação da criança, por isso vale se informar com o posto local antes de pegar a fila.
Para saber mais informações sobre o plano de vacinação do público de cinco a 11 anos, divulgado pelo Ministério da Saúde, clique aqui.
2. Qual é a melhor vacina para criança?
Até o momento, as vacinas liberadas para o público infantil são a CoronaVac, do Instituto Butantan, e a Cominarty, da Pfizer/BioNTech. Ambas foram aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e isso só foi possível após a apresentação de estudos que comprovassem a segurança e eficácia dos imunizantes.
Segundo a agência reguladora do país, foram apresentados mais de dez levantamentos para a aprovação da CoronaVac para crianças, sendo o que foi conduzido no Chile o principal deles. A pesquisa, com 1.976.780 integrantes de seis a 17 anos, apontou que a vacina é 74% eficaz na prevenção contra a versão sintomática da doença e é capaz de proteger em 100% o público infantil do óbito pelo agravamento dos quadros de Covid-19. Veja aqui mais dados que colaboraram para a aprovação do imunizante.
No caso da Pfizer, a farmacêutica conduziu estudos que comprovaram que a vacina se mostrava 90,7% eficaz na proteção do público infantil contra infecções causadas pelo coronavírus. Sendo assim, os dois imunizantes são capazes de proteger os pequenos diante da Covid-19.
3. O que os infectologistas falam sobre a vacina em crianças?
A comunidade médica tem se mostrado cada vez mais unida com o objetivo de barrar fake news que alimentam um movimento antivacina no Brasil. E, para isso, especialistas esclarecem dúvidas frequentes dos pais, sendo a mais comum sobre ser seguro ou não imunizar os pequenos, já que as vacinas foram produzidas em um curto espaço de tempo.
Quando listamos as maiores dúvidas dos pais a respeito da vacina em crianças, a pediatra Flávia Bravo, diretora da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), esclareceu que as vacinas só são liberadas quando há uma ampla pesquisa por trás e a Anvisa tende a ser bastante criteriosa neste aspecto. Um exemplo disso é que a CoronaVac teve o seu primeiro pedido negado, com a justificativa de que eram necessários mais dados para embasá-lo.
Ainda na mesma reportagem, o pediatra infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), esclareceu que a imunização infantil é necessária porque, ainda que os pequenos sejam atingidos por formas mais brandas da doença, há casos graves e com desfechos preocupantes. O especialista foi enfático ao dizer que a Covid-19 é a doença que mais mata o público infantil em comparação com outras que também têm vacinas e estão previstas no calendário infantil.
Além disso, vale ressaltar que, diante de cepas novas, o público que não é vacinado torna-se mais suscetível à doença por não ter nenhuma barreira de proteção formada pelos anticorpos. É o que explica também os especialistas ouvidos nesta reportagem sobre crianças pequenas serem possíveis vítimas da variante ômicron.
4. O que pode acontecer com a vacina na criança?
Os efeitos adversos do organismo infantil diante dos imunizantes tendem a ser brandos, com duração de um a dois dias. As reações locais, como dor, vermelhidão e inchaço, são as mais comuns. Mas também podem acontecer os sintomas chamados de sistêmicos, como febre, dor de cabeça, nas juntas e mal-estar.
Segundo especialistas ouvidos pelo Bebê, estas reações acontecem porque a produção da imunidade celular envolve a liberação de substâncias inflamatórias que podem causar estas reações adversas. Entenda mais sobre o assunto aqui.
Já sobre o alerta a respeito da miocardite, inflamação do músculo cardíaco, consultamos um cardiologista e um infectologista pediátricos que afirmaram: há mais chances da criança desenvolver o quadro após ser contaminada pela Covid-19 do que depois de receber a vacina contra a doença pandêmica. Veja as justificativas dos especialistas.
5. O que a OMS diz sobre a vacina infantil?
A Organização Mundial de Saúde defendeu que é seguro e eficaz imunizar o público infantil a partir dos cinco anos com a dose pediátrica da Pfizer, após analisarem as evidências científicas apresentadas sobre o imunizante pela farmacêutica.
Tanto que, no dia 21 de janeiro de 2022, a OMS atualizou dois documentos que envolvem a vacinação infantil contra Covid-19: o “Roteiro do SAGE OMS para a priorização do uso de vacinas contra a COVID-19” e as “Recomendações provisórias para uso da vacina Pfizer–BioNTech COVID-19, BNT162b2, na Lista de Uso de Emergência”. “O Roteiro SAGE OMS recomenda que crianças de 5 a 11 anos saudáveis (sem comorbidades) sejam o quarto e último grupo da lista de prioridades e que não há até o momento evidências para recomendação da dose de reforço para esse grupo – sendo necessária apenas a série primária de vacinação (duas doses da Pfizer–BioNTech)”, destaca o comunicado.
Por Alice Arnoldi – Revista Bebê