Banco melhorou a estimativa de queda do Produto Interno Bruto de 5,9% para 4,5% em 2020
Mesmo com todas as incertezas que rondam o desemprenho da economia este ano, os economistas do Bradesco reduziram a expectativa de queda do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. A previsão passou de uma retração de 5,9% para 4,5%. Na avaliação do banco, o pior momento de impacto da pandemia na atividade econômica já passou.
— Aparentemente, o pior momento de impacto na economia já passou. Já houve melhora da confiança e da atividade em maio e a injeção de recursos do auxílio emergencial do governo foi fundamental. Mas o cenário é difícil e não dá para fazer prognósticos – disse do presidente do banco, Octavio de Lazari Junior, durante apresentação dos resultados do segundo trimestre.
No período de abril a junho, o Bradesco registrou queda de 40,1% do lucro na comparação anual, totalizando R$ 3,873 bilhões. O lucro menor ocorre principalmente pelo novo reforço nas provisões para devedores duvidosos, que subiu de R$ 6,7 bilhões para R$ 8,9 bilhões entre o primeiro e o segundo trimestres. O reforço nas provisões foi motivado pela expectativa de perdas com aumento da inadimplência por conta da crise causada pelo coronavírus.
O presidente do banco informou que foram prorrogados os pagamentos de 1,9 milhão de contratos de empréstimos, o equivalente a R$ 61 bilhões. Entre abril e junho, o banco emprestou R$ 129 bilhões em créditos novos. A carteira de crédito expandida cresceu 14,9% em um ano. O empréstimo pessoal cresceu 22% e para grandes empresas o crescimento foi de 18,2% no período de um ano.
A pandemia reforçou o processo de digitalização do banco. Houve crescimento de 33% das operações por celular no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado. E, no mesmo período, houve queda de 66% nas operações no caixa. O crescimento da abertura de novas contas por telefone foi de 255% em um ano, informou o banco.
Nesse cenário, o fechamento de agências físicas vai se intensificar, informou o presidente do banco. O Bradesco, por exemplo, planja fechar mais de 400 agências este ano, segundo informou o presidente do banco. Já foram fechadas 233 agências até agora.
— No processo de redução de custos, o fechamento de agências físicas é um movimento que já vinha acontecendo e vai se intensificar. O gasto com segurança por agência é de R$ 10 mil por mês – disse Lazari, lembrando que nos últimos 12 meses foram fechadas 414 agências.
O número de funcionários, também no período de um ano, encolheu de 99.198 para 96.787, uma redução de 2.411 pessoas.
Por João Sorima Neto – Jornal O Globo