A vergonha da França

Se tem um algo que incomoda o povo francês, em especial ao parisiense é Joana D’Arc

A França entregou para a Igreja de Roma, a que livrou a França dos ingleses, sua maior heroína, a heroína Joana D’Arc para ser queimada em uma fogueira, e ela, a D’Arc, para vergonha nacional, foi por séculos esquecida. Somente em 1979 teve, mesmo sendo a heroína e santa, e designada, pelo “país quadrilátero de Roma”, sua Igreja construída em homenagem, religiosa, e nunca teve o reconhecimento político.

Igreja de Joana D’Arc, construída em 1979

Sem Joana D’Arc a Gália seria território inglês. A igreja, a em sua homenagem, nem a arquitetura da Normandia tem referência.

Na França da época, seus algozes viveram e morreram, mas a vergonha sobrou para o povo francês. Isso perdurou por séculos. Essa vergonha secular jamais se apagará. Estamos na eminência de uma construção de vergonha igual aqui no Brasil.

Brasileiros que lutaram contra o regime de exceção imposto pelo golpe desde 1964, hoje entregam o país (já entregaram em 2018 com Bolsonaro num “quanto pior, melhor”) para um “cavalo de Tróia”, Alckmin, que mudou a embalagem, agora tem até fita de presente com motivos socialista que tem petistas que engulam. Pior, engoliram! Mas a batalha perdida para direita, e a vergonha, assim como os franceses fingem não ter para eles mesmos, só começará depois, bem depois da eleição. Se para o francês demorou séculos, para brasileiros demorará menos de uma década. Lula, de enganador socialista do passado, hoje é hipnotizador macabro neoliberal do presente. Lula não ficará no poder até o final do mandato e entregará para Alckmin o cargo que o PSDB nunca conquistou em eleição depois do “desgraçado privatizatorio de FHC”.

Brasileiros sem memória, mas “bem intencionados”, entregaram (a ignorância faz você acreditar que é bom) o Brasil para os Neoliberais. Mas como dizem, de boa intensão, o inferno tá cheio. Pergunte a um francês que se recusa a falar em Joana D’Arc, mas gastam saliva para falar do queijo Brie, do “escargot” e do champagne. Depois dessa eleição, longe de um personagem político, ético e confiável, que indique a brasilidade, só falaremos de feijoada, rapadura e cachaça, como disse o General De Gaulle (“Gaulle” de Gaulês), “o Brasil não é sério”!

Por José Ribas