Nenhum dentista do mundo arranca um dente se ele apresentar quadro de infecção
Depois do tratamento e controle da infecção é que qualquer dentista de bom senso, ou tratará o dente afetado, ou, sendo o dente irrecuperável, arrancá-lo.
Isso é simples de entender, eu que nem tenho formação na área, sou capaz de entender. A infecção do dente, pelo sistema imunológico, está localizada no dente, extraí-lo sem tratá-lo, essa infecção pode se espalhar por todo o organismo do indivíduo, fazendo com que a infeção se generalize e com isso impossibilite do sistema imunológico de combatê-la, convertendo uma infecção localizada em septicemia.
Assim como dá física/engenharia importamos o termo estresses para indicar um ponto de ruptura do processo emocional/ fisiológico do corpo/mente por elementos externos, a septicemia pode ser usada na política para a perda de controle da ordem social padrão e vigente.
Mas no caso da “septicemia política”, não diferente da biológica humana ela é construída.
Por diversas razões, mesmo sentindo um incomodo no dente, uma leve dor ou um aumento da sensibilidade é negligenciada, e no máximo, quando nos sentimos incomodados, ao invés de irmos ao dentista, por comodidade, preguiça, impedimento econômico ou desleixo, sem prescrição, tomamos um analgésico/anti-inflamatório. Convenientemente sentimos o alívio e nem damos conta do processo infeccioso que está se instalando.
O que vemos hoje na política brasileira é justamente, sem tirar nem pôr, isso que está acontecendo.
Em agosto de 2022, em pleno período eleitoral, o ex-presidente Bolsonaro por ordem dele, inseriu no programa “auxílio Brasil”, sem prévio cadastro 2,2 milhões de novos beneficiários, cometendo assim crime eleitoral da ordem econômica, o que seria o pior e mais nefasto de um crime no processo eleitoral, porém, por conveniência, má fé, preguiça ou por tentativa de corrupção do pleito, candidatos e o poder judiciário, buscando um prosseguimento do pleito mesmo sem legitimidade, nada fizeram. Isso é exatamente o que acontece quando não damos importância a uma inflamação de um dente.
“Tratar o dente”, ou impedir que a inflamação virasse infecção” na política lá, ainda no pleito, antes mesmo do primeiro turno, onde o processo eleitoral ainda poderia ser salvo (assim como o dente), não foi feito, pois um candidato sabia que, no impedimento do candidato/presidente criminoso, sua vitória estaria em risco, e quiçá, nunca viesse a acontecer.
Agora, para completar, e não dar o braço a torcer que no tempo hábil o judiciário não tomou a decisão acertada (junto com o MP), resolveu ARRANCAR UM DENTE.
Não posso afirmar que vá, mas a Septicemia (política) tem chance de acontecer.
Saímos de uma pandemia onde o presidente criminoso eleitoral apostava numa infecção generalizada em busca de uma “imunidade de rebanho”, o judiciário, com a suspensão do governador do DF parece querer a mesma coisa.
A solução para o Brasil é seguir a “bula” democrática, aceitar que ações mirabolantes não resolverão a situação em que o Brasil foi colocado por dolo ou incompetência num passado recente.
Tá na hora de entendermos que as narrativas favoráveis, desse ou daquele lado, levada ao extremo, não fará o Brasil ser melhor, justo ou honesto, mas ser apenas usável por esse ou aquele que tem uma ou outra narrativa que melhor encanta os frágeis e ignorantes brasileiros.
Por José Woitschach