Sem o auxílio emergencial, 63,1 milhões de brasileiros teriam renda per capta inferior a R$ 348,33. Ganhar menos de ⅓ do salário-mínimo é o critério usado para determinar a pobreza no país. Com o benefício, 23,5 milhões deixaram de entrar nessa situação.
A análise foi publicada pela Folha de S.Paulo neste domingo (16.ago.2020), com base em dados do Ministério da Economia, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e de estudos de Rogério Jerônimo Barbosa, da USP (Universidade de São Paulo), e Ian Prates, do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).
O auxílio emergencial também permitiu que 5,5 milhões de pessoas deixassem a linha da pobreza. Atualmente, 34,1 milhões ainda se encontram nessa condição.
Eis as outras conclusões dos especialistas:
- Renda: a renda domiciliar per capta em 2019 foi de R$ 1.441. Com o auxílio emergencial, está em R$ 1.191. Sem o benefício, seria de R$ 1.081.
- Desigualdade: o coeficiente de Gini mede a assimetria entre as classes sociais. Quanto mais próximo de 1, mais desigual é a sociedade. O índice brasileiro foi de 543 em 2019. Este ano, com o auxílio, está em 492. Se a política não existisse, estaria em 569.
O auxílio emergencial
A medida foi instituída pelo governo federal em abril. Ela estipula pagamento mensal de R$ 600 reais a trabalhadores informais. O valor pode ser dobrado para de mães solteiras.
A proposta inicial era que os pagamentos fossem efetuados por 3 meses, mas a medida foi estendida por mais 2. As inscrições permaneceram abertas até 2 de julho.
Estima-se 1 total de 69,5 milhões de beneficiários, com custo de R$ 254,2 bilhões aos cofres públicos. O programa está sob a alçada do Ministério da Cidadania e os pagamentos são coordenados pela Caixa Econômica Federal.
Por Poder 360