CUIDADO: MENTIR NO CURRÍCULO PODE IMPACTAR NEGATIVAMENTE NA SUA CARREIRA

Foto de Selver Učanbarlić/Pixabay

Mentiras detectadas em currículos por recrutadores e empregadores podem abalar a reputação e imagem do candidato e comprometer a participação dele em futuros processos seletivos. Assim, ele terá de conviver com o fantasma da credibilidade duvidosa.

“Mentir no currículo é a pior escolha que um profissional pode fazer em sua carreira. Não há nada pior do que esse tipo de atitude. Esse caminho pode arruinar sua carreira e muitas vezes pode ser um caminho sem volta. Todo o trabalho que ele fez, as batalhas que teve de enfrentar e obstáculos que teve de superar podem ir por terra ao ser desmascarado em um simples processo de análise curricular”, explica Lucas Oggiam, diretor da Page Personnel, unidade de negócio do PageGroup responsável pelo recrutamento especializado de profissionais para posições técnicas, administrativas ou de ingresso no mercado.

De acordo com o consultor, esse tipo de atitude traz reflexos imediatos e futuros na carreia de um profissional.

“Quando é descoberta uma mentira em seu currículo, o candidato é eliminado automaticamente da seleção. E não é apenas desse processo que é eliminado. Ele acaba ficando com seu ‘nome sujo’, incluído em uma espécie de lista negra. Isso é muito ruim para um profissional porque compromete sua participação em novos processos de seleção. Como os recrutadores indicarão um executivo que tem um caráter duvidoso para uma empresa?”, diz.

Perder o emprego é outra consequência provocada pela falta de honestidade nas informações declaradas no currículo.

“Um executivo pode até ser admitido por uma empresa utilizando desse artifício, mas pode se dar muito mal se o empregador descobrir que os dados são fantasiosos. É comum um empregador exigir de um funcionário as qualificações declaradas no currículo e reforçadas durante a entrevista. Agora se esse funcionário não foi sincero e notadamente não terá condições de desenvolver as atividades a que se propôs, certamente será demitido. Além de passar pelo constrangimento da situação, seu nome será deletado do banco de dados da companhia”, afirma Oggiam.

Veja abaixo as três principais mentiras encontradas nos currículos analisados pela Page Personnel:

1 – Nível de idioma

Forjar a fluência de um determinado idioma tem se tornado uma prática muito comum e detectada frequentemente pelos recrutadores.

“Os candidatos costumam inflar a fluência e domínio de uma língua. Isso é muito ruim porque conseguimos descobrir durante a entrevista. Não adianta dizer que é fluente num idioma porque as empresas precisam de profissionais capacitados e qualificados para essa tarefa. Quem não tiver essa aptidão, não passará no processo seletivo”, orienta.

2 – Formação não concluída

Outra artimanha que alguns candidatos costumam praticar é incluir a informação de cursos não concluídos. “Tem muito executivo que faz isso porque acha que é uma forma de dar um upgrade na sua formação. O que ele não sabe é que fazemos uma varredura em todas as informações declaradas no currículo e isso inclui a conclusão de cursos, sejam eles de graduação, extensão ou de qualificação”, conta o diretor.

3 – Datas de admissão e desligamento

Adulterar históricos de entradas e saídas de uma empresa também faz parte das atitudes condenáveis pelos recrutadores e listada como uma das mais comuns.

“Tem muito candidato que mente nesse campo porque teme que sua passagem por uma empresa tenha sido muito rápida e essa informação pode comprometer sua candidatura. Outra atitude comum é manipular o tempo de permanência entre uma empresa e outra, abreviando ao máximo esse intervalo. Candidatos fazem isso normalmente para mostrar que não estão muito tempo afastados do mercado de trabalho e, na verdade, o que acontece é justamente o contrário. O melhor é explicar durante a entrevista os reais motivos desse intervalo. A sinceridade é a competência mais valorizada que um candidato pode ter”, conclui Oggiam.

Fonte: G1