Estado vai à justiça para reabrir Imol na Casa da Mulher e no Cepol

Foto Carlos Videira

Objetivo é defender integridade das vítimas

Durante reunião realizada no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), representantes da corte, da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e da Coordenadoria-Geral de Perícias (CGP) decidiram ingressar com uma ação na Justiça Federal para retomar, o mais rápido possível, os atendimentos nos núcleos do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) na Casa da Mulher Brasileira e no Cepol (Centro Especializado de Polícia Integrada).

O núcleo do Imol na Casa da Mulher Brasileira passou a funcionar no dia 31 de março deste ano e o núcleo da DEPCA no Cepol em 3 de maio. O atendimento nos dois lugares foi suspenso no final de maio, após o CRM/MS (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul) aprovar parecer contrário ao funcionamento por infração ética com base na Resolução n. 1635/2002.

Para o secretário de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, é preciso buscar uma alternativa conjunta, para não prejudicar as vítimas. “Fico preocupado com a integridade física e com as vidas de mulheres, crianças e adolescentes. Precisamos acolher e não nos paralisar frente a decisões ultrapassadas”, colocou Videira.

A coordenadora da Infância e Juventude do TJMS, desembargadora Elizabete Anache, destacou em sua fala durante a reunião que recebeu com tristeza a notícia de que os serviços foram encerrados. “Após tanto tempo de demora para conseguir esse atendimento humanizado, ele foi retirado abruptamente sem nenhuma reflexão acerca das consequências”, disse.

Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande. Foto PMCG

Já a titular da Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça, desembargadora Jaceguara Dantas da Silva, afirmou que a ideia da reunião foi provocar os órgãos competentes no sentido de solucionar, de forma mais célere, o problema de fechamento dos núcleos do Imol. “Apesar do relevante papel das instituições e órgãos, em especial os conselhos de classe, suas disposições não podem sobrepor à Constituição Federal Brasileira, à Lei Maria da Penha e aos tratados internacionais de defesa dos direitos das mulheres, dos quais o Brasil é signatário”, frisou.

Estiveram presentes na reunião no TJMS na tarde de terça-feira (6), a coordenadora da Mulher, desembargadora Jaceguara Dantas da Silva; a coordenadora da Infância e Juventude, desembargadora Elizabete Anache; juíza da 3ª Vara da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Liliana de Oliveira Monteiro; secretário de Justiça e Segurança Pública do Estado de Mato Grosso do Sul, Antonio Carlos Videira; procuradora-geral do Estado, Ana Carolina Ali Garcia; procurador do Estado Rafael Antonio Mauá Timóteo (CJUR/Sejusp); procurador-geral adjunto do Estado, Ivanildo Silva da Costa; coordenador-geral de Perícias de Mato Grosso do Sul, José de Anchieta Souza Silva; e o diretor em exercício do Imol, Adalberto Arão Filho.

Por Joelma Belchior/SEJUSP – GovMS